terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cabo Verde Junho 2004



Como e quando Foi.

Esta viagem ocorreu em Junho de 2004, decorria o Euro 2004 em Portugal, tendo a equipa nacional consagrado-se vice-campeã europeia, perdendo a final com a Grécia.
Não posso considerar esta viagem como tendo sido de aventura mas sim como algo mais cultural. Infelizmente ainda não tinhamos o curso de mergulho e como tal não podemos usufruir do mar transparente de Cabo Verde.

Fotos da Viagem.
Neste link encontram-se as fotos da viagem.

Detalhe da viagem.

18 de Junho 2004 – Sexta Feira

Dormimos em casa dos meus pais pois tinhamos de estar no aeroporto às 10 Horas. Saimos cedo e fomos até casa da minha avó. Passeamos por Alvalde e tomámos o pequeno almoço.
Às 10 estávamos no aeroporto e fizemos o check-in sem problemas. Tomei o meu xanax e estava pronto para partir. O avião era enorme, o vôo era da Varig (tinha sido fretado) e depois do sal seguia para Fortaleza.
Foi uma viagem calma, chegámos a horas ao aeroporto Amilcar Cabral. Estava calor, a primeira impressão era que a ilha era árida, de certa forma lembrou-me quando tinha estado em Fuerte Ventura (Canárias).
Depois de passar pelo controle de passaportes (mais um carimbo) e de recolher as malas, uma carrinha esperava-nos para levar-nos ao hotel Belo Horizonte. Connosco vinham mais uns 30 portugueses.
A estrada entre o aeroporto e Santa Maria é boa, tinha 2 faixas para cada lado, é das unicas estradas alcatroadas da ilha.
O hotel era bom, ficámos num Bungallow (255), junto à praia.
Depois de cumpridas as formalidades e de descarregar as malas, fomos para a praia para fazer o baptimo. A água era de verde transparente e tinha a temperatura ideal – amena. Entrei sem problemas e comecei a sentir o gosto a férias.
Nessa noite almoçamos no hotel e ficamos com a sensação que os preços não eram tão baixos como pensávamos inicialmente. Um Euro vale 110 $ cabo verdianos, ou seja quase o dobro do antigo escudo português.
Comi 1 bife de atum e a Lena um caril de camarão. O preço de vida levou-nos a pensar se teriamos $ suficiente para todos os dias, não existia Multibanco e a única maneira de fazer um levantamento era através de visa.

19 de Junho de 2004 – Sábado

Levantei-me cedo e fui dar uma pequena corrida pela praia. Quando cheguei fomos tomar o pequeno almoço. A Lena estava mal do estômago, ela sabe que não deve comer camarão, mas enfim nem sempre respeita as regras.
No dia anterior tínhamos visto a anunciar umas excursões efectuadas pelo hotel e resolvemos indagar. Fomos conhecer a D. Emilia que era a promotora. Quando chegámos já estava rodeada de Portugueses.
A Emilia era portuguesa e estava em Cabo Verde à 4 anos. Falava com um grande à vontade, ia dando uns conselhos e incentivando que conhecêssemos a ilha. Eu e a Lena ficámos interessados numa volta à ilha em Pick-up, a realizar na segunda feira. Eu fiquei com vontade de dar uma escapadela ao Fogo, subir o vulcão, mas o preço era elevado.
Depois de estar com a Emilia fomos para Sta Maria que fica a 5 minutos a pé. Era uma vila simpática, a única coisa chata são os Senegalenses que estão sempre a tentar vender algo. A conversa é sempre a mesma :
“Olá Tudo bem .... Português ? ... compra, compra, mais barato, mais barato”
Que melgas !!!
Demos uma volta por Sta Maria, tirei umas fotos, comprámos fruta e visitámos uma loja de artesanato. A Loja do Lampa. O Lampa era um senegalês Rasta, muito fixe, que tinha acabado de abrir a loja. Vendeu-nos 2 quadros a um bom preço.
Era hora de ir para a praia. A agua era mesmo boa, tinha uma cor de sonho.
À tarde fomos novamente a Sta Maria e percorremos a vila de ponta a ponta. Seguimos para 1 pontão e de caminho encontrámso uma praia sem ninguem, onde decidimos tomar banho. Pouco tempo depois apareceu uma rapariga que andava na praia a apanhar conchas. Ela tinha uma cara muito bonita. Fazia-se acompanhar de um cão bébé que simpatizou bastante connosco.
De caminho passamos por uns senhores que estavam a pescar e a apanhar conchas, aliás aquela zona chamava-se a praia das conchas.
À noite fomos jantar ao Américo, seguindo o conselho que a Emilia tinha dado. O Américo é um restaurante castiço, é doa mais importante da vila. Tem um 1º andar com uma boa esplanada. É engraçado estarmos a comer e a ouvir os barulhos da rua, aqueles ruídos típicos de África.
Comemos uma boa entrada de Lapas e um magnifico arroz de peixe.

20 de Junho de 2004 – Domingo

Acordei e fui correr pela praia. Quando regressei fomos tomar o pequeno almoço e que belo pequeno almoço, até cachupa comi.
Fomos para a praia, afastamo-nos um pouco mais e procurámos uma zona um pouco mas sossegada mas mesmo assim fomos importunados pelos mitras dos senegalenses ... que melgas.
Por volta do meio dia regressámos ao quarto para descansar, esta vida de praia é muito stressante.
A Lena perdeu a chave na areia, tivemos que avisar a recepção, a solução era trocar a fechadura e custava 6000 $. Educadamente demostrei à Lena o quanto estava aborrecido por ela ser uma cabeça de alho chocho, tem uma cérebro que um túnel de vento e passa o tempo a perder as coisas. Depois de conformados tivemos a felicidade de um vizinho encontrar e devolver a chave. Como a Lena reconheceu que eu uma vez mais eu tinha razão e apesar de ter ficado ligeiramente aborrecido, decidi conceder-lhe o meu perdão, afinal estávamos de férias.
Fomos para a Sta Maria à padaria comprar o belo pão. Na padaria conhecemos um rapazinho cabo verdiano que alegava ser um surfista exímio.
Regressámos ao quarto para comer sandes de atum, almoçar todos os dias sai caro e assim resolvemos fazer umas sandes.
Era o dia do grande jogo Portugal- Espanha, a vitória tinha de ser alcançada.
Fomos novamente a Sta Maria e bebemos um licor no café cultural, muito giro este cafézito, as mesas tinham o formato das ilhas de Cabo Verde.
Regressamos ao quarto o jogo estava quase a começar. Portugal entrou e pegou no jogo criamos boas situações de golo, isto prometia.
Na segunda parte fui para Sta Maria, para a Esplanada Mateus comer uns belos petiscos e assistir à vitória de Portugal, ficamos qualificados para os quartos de final e em primeiro do nosso grupo. Grande festa em Cabo Verde.
Eu e a Lena fomos celebrar para o café cultural.
Quando regressávamos a casa acompanhou-nos um cabo verdiano (ou talvez angolano), o Emilio, era simpático. Ofereceu dois colares e eu dei-lhe 1000 $, conversámos um pouco.
Este povo é bastante simpático.

21 de Junho de 2004 – Segunda-feira.

Começava mais um dia, levantámo-nos cedo pois era dia de ir ao banco levantar dinheiro, a única hipótese era efectuá-lo através do cartão de crédito.
Tomamos o pequeno almoço no hotel, o abuso do costume cachupa e salsichas e dirigimo-nos para a Sta Maria. Fomos ao banco e levantámos 250€. Às 9:30 estávamos à porta do Novo Horizonte (ao lado do Belo Horizonte), para embarcar na pick-up, hoje era o dia de excursão.
Ficamos com um casal simpático das Caldas da Rainhas, vinham acompanhados da sobrinha e da irmã da senhora (que era mãe da miuda). A primeira paragem foi em Porto Palmeira, é uma vila piscatória com grande importância para a economia do Sal, é lá que chegam os navios carregados de bens de outras ilhas. Em Porto Palmeira estão os depósitos de gasolina dos aviões. É uma vila pobre, tal como o resto da ilha. As pessoas são simpáticas e educadas. Visitamos uma escola, onde pude distribuir rebuçados entre os miudos.
A 2ª paragem foi em Rangona, é uma piscina natural muito bonita, aproveitámos para tomar um belo banho.
De seguida fomos até Buracona, tambem é uma piscina natural, não tomámos banho pois está um pouco suja, infelizmente.
EM Buracona existe um buraco com agua e quando o sol bate aparece um azul celeste, é designado por olho azul. É um efeito surpreendente.
Os caminhos por onde andámos eram bastante áridos, trouxe-me à memória o deserto.
De caminho para Espargos, que é a capital do Sal, parámos numa zona em que se avistavam miragens, é incrível parece que estamos a ver o mar.
Cruzamos com Buggys que levantavam imensa poeira. Seguimos para Espargos onde fizemos uma pequena paragem para tomar um café.
Espargos é pobre, não gosto desta palavra, mas na realidade é assim que aos olhos de um Ocidental transparece.
De Espargos seguimos para as Salinas de Porto de Lume. Que espanto, as salinas são o Ex-libris da ilha do Sal. Explorados pelos Portugueses e depois pelos franceses que montaram um elevador para transporte do Sal para o local de embarque. Actualmente é explorado por um Italiano, o sal produzido é apenas para consumo no mercado interno Cabo Verdiano.
As salinas ficam na cratera de um vulcão e como está abaixo do nível do mar a agua infiltra-se.
É 26 vezes mais salgado que o mar e como tal o corpo flutua. Quando entramos dentro de agua se temos alguma ferida damos gritos devido ao ardor. É muito engraçado boiar sem nenhum esforço.
É preciso ter muito cuidado com os olhos pois a agua é salgadissima.
Quando saímos das salinas os corpos estavam cobertos de cristais, tvemos que ir ao mar tomar banho para tirar o sal do corpo ... parece irónico.
Finalmente fomos almoçar ...
O almoço constou de peixe + bebida + sobremesa + café. Tivemos numa amena cavaqueira com um casal na casa dos cinquentas, muito simpáticos.
Depois de almoço foi o regresso a Santa Maria. Quando cheguei ao quarto aproveitei para dormir um pouco.
À noite fomos jantar ao Américo, desta vez uma bela lagosta. Após o repasto fomos até uma casa de artesanato que pertence a uma portuguesa que está em cabo verde já à 11 anos sendo 4 deles no Sal. Explicou-nos que a ilha está praticamente entregue aos italianos e nós sentimos isso, muitos hotéis e turistas italianos. O Português investe pouco em Cabo Verde.
Confessou-nos igualmente que o preto não gosta de trabalhar, a filosofia de vida é deixar-se estar tranquilamente.
A loja tem produção própria, alberga 20 trabalhadores e o salário médio é 18 Cts. Fiquei admirado pois o nível de vida é alto, um quarto em Santa Maria pode custar 25 Cts.
Relativamente aos Senegalenses que andam nas ruas a impigir artesanato, a invasão não é vista com bons olhos, cada vez começam a invadir mais lojas e vendem produtos que não são produzidos em Cabo Verde. A relaidade é que els são uns grandes melgas.
A loja de artesanato está com muito bom gosto e tem bonitas peças.
Acabámos a noite no café cultural a beber um licor de Maracujá.


Demorei bastante tempo a escrever os restantes dias de Cabo Verde e como tal já bastantes pormenores apagaram da minha cabeça.
Pelo que me recordo os últimos dias foram bastante bons, conhecemos um português que tinha uma loja de aluguer de veiculos todo o terreno e fomos com ele conhecer a praia onde as tartarugas vão desovar e algumas delas morrem, visitamos alguns oásis e a praia de ponta preta onde se realiza um famoso concurso de Wind surf.
O Eduardo, assim era o seu nome fez-nos um preço especial para um jeep Samurai e fomos passear para umas belas praias desertas que ele nos tinha indicado, foi fantástico.
Os ultimos dias foram de grande festa pois Portugal jogou várias vezes e venceu sempre, eu e a Lena acompanhávamos os jogos num restaurante bastante animado.

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