quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Costa Rica Ano de 2005



Quando foi e como ocorreu.
A viagem realizou-se em Junho de 2005. Fomos com a agencia de aventura Rotas do vento.
Decidimos ir com um operador pois não tinhamos tempo de sermos nós a preparar toda a logisitica e pelo que vimos no site da agência a viagem parecia muito apelativa.
Convidamos uma amiga nossa espanhola (Asturias), a Beatriz. Tinhamos conhecido esta querida amiga no deserto do Sarah em 2003.
Tivemos sorte que o nosso grupo acabou por ser apenas os 3 e como tal tornou-se uma viagem muito familiar e divertida.

Fotos da Viagem.
Aqui podes visualizar as fotos da Viagem

Detalhe da Viagem.

Segunda-feira 6 Junho de 2005

Mais uma semana de trabalho que inicia,esta cheira a ferias pois no final da semana eu e Lena partimos para a Costa Rica. estas ferias estao marcadas ha muito tempo e finalmente estamos a escassos dias. As malas estao feitas, hoje vou comprar dolares (150).
Depois de almoco fui as compras,ja tenho 1 pacote de amsterdamer para fumar ao final do dia enquanto escuto os ruidos da selva e ponho em ordem as memorias do dia.
Tenho guardado na carteira 1 comprimido para deixar-me a dormir durante o voo. Ainda falta encontrar gotas para purificar a agua.

Terca-feira 7 Junho de 2005.

Mais 1 dia a contar para a grande data. Tenho tido trabalho mas nada de transcendente, o que e bom pois esta semana claramente nao quero chatices.
Hoje a hora de almoco vou escalar para o rocodromo, aproveito e passo pela econauta para comprar gotas para a agua.
Ao final do dia Chamusca, e a ultima vez antes da partida.

Quarta-feira 8 Junho de 2005

Hoje vou buscar os dolares ao Banco, ja trouxe as malas para Lisboa ... So faltam 2 dias.

Quinta-feira 9 Junho de 2005

Hoje e o ultimo dia de trabalho, a preocupacao de nao deixar pontas soltas.
Ontem soube que na viagem so vou eu a Lena e a Beatriz, vai ser muito fixe !!!
Hoje vou dormir a casa dos meus pais,a Maria vai para o Algarve com eles.

Sexta-feira 10 Junho de 2005

Finalmente chegaram as ferias, 17 dias longe de problemas e confusões. Não gosto do dia desgastaste das viagens, primeiro ate Madrid e depois S Jose, 1 Xanax e meio deve acalmar-me.
Fomos dormir a casa dos meus pais em Benavente, já começa a ser uma tradição. Eles vão de férias para o Algarve e tomam conta da Maria que por enquanto não pode acompanhar-nos, o seu tempo chegará.
Escusado será dizer que não dormi muito de noite, o despertador soou eram 5 da manhã, hora de levantar, vestir, comer algo ... não tenho muito apetite a estas horas.
Saímos de casa por volta das 6, estava um dia com uma ligeira névoa, seguimos ate Alvalade onde deixei o carro, também começa a ser tradição.
Apanhamos um taxi para o aeroporto, já se nota algum movimento, muitas pessoas elegem Junho como mês de ferias estes dias são apetecíveis pois existem dois feriados o 10 e 13 que este ano calham a uma sexta e segunda feira.
Tomei o primeiro xanax para ajudar-me a relaxar na viagem, outra tradição.
Voamos para Madrid, o voo foi rápido e suave, de Barajas apanhamos o voo para S Jose.
Apanhamos um avião grande e bastante preenchido, por azar ficamos num banco central que não dá grande jeito para dormir, num vôo de 9 horas é um pormenor importante.
Depois de 3 filmes, 2 refeições e de aturar uma Nicaraguense bêbada que adorava botas e sapatos portugueses, chegamos à Costa Rica, o aeroporto é pequeno mas bonito.
Depois de ultrapassadas as formalidades, fomos ter com o Andreas, um Suíço que vive aqui há 2 anos, levou-nos ao hotel e ... que maravilha, uma vista estupenda, uma arquitectura excelente. Deixamos as malas no quarto e fomos tomar banho na piscina ... Era meia-noite em Portugal, 17 h na Costa rica, este dia parecia não querer terminar.


Sabado-feira 11 Junho de 2005

Durante a noite ouvimos os sons tropicais, acordamos às 7 da manha a luz era intensa e a adrenalina de um sitio novo não nos deixava dormir mais. Depois do banho descemos para o pequeno-almoco : fruta, arroz com feijão (Gallo Pinto) e ovos mexidos, estava optimo.
Às 8:30 apareceu um senhor que levou-nos para a capital S Jose ao Gran Hotel, onde era suposto alguém apanhar-nos.
Passaram 30 min e chegou o Hartmund, um alemão simpático que vive ha 2 anos e é dono do hotel em samay para onde nos dirigiamos. Samay fica numa zona de selva isolada e muito perto da Nicaragua.
Seguimos de jeep numa viagem fantástica onde podemos desfrutar da vegetação, vilas pequenas, imensas plantações de bananas e quintas. O ultimo troço de estrada foi horrível, terra batida que obrigou-nos a circular a uma velocidade bastante baixa, mais tarde descobri que muitas estradas estão nestas condições e fazer 25 Kms pode demorar uma hora.
Chegamos ao sitio onde iamos apanhar o barco – La Pavona.
Subir o rio até Samay foi das melhores experiências que tive, é lindo, um rio no meio da selva, por entre canais estreitos, cheios de curvas. O barco ia cheio de gente local, turistas só mesmo eu e a Helena. Foram 2 horas de barco, agora não tinha duvida que ia estar isolado pois este era o único meio de transporte.
Chegamos a Samay, o Lodge todo feito de madeira e dirigido por um americano com um ar transloucado chamado Garfield, devia ter 60 anos, alto, ombros largos, cabelo grisalho com um rabo de cavalo. Vestia uma tshirt às riscas, uns calções de banho muito velhos e uns chinelos de enfiar. Ao seu lado estava um Costarricense chamado Ramirez, estatura média bastante entroncado, com um ar duro mas um sorriso muito afável.
Éramos os únicos habitantes do lodge, a configuração era engraçada, de um lado o rio Colorado e a selva; do outro a praia e o mar do Caribe ... nem sonhava que existiam sítios assim.
A chegada e o calor convidava a umas belas cervejas e assim foi, depois fomos à praia, que era de areia preta e estava cheia de lixo trazido pelo mar, em compensação não havia ninguém, uma praia só para mim e para a Helena, com agua a escaldar.
À noite jantamos um frango maravilhoso, conversamos bastante e o Garfield desafiou-me a ir pescar com ele às 5:30 da manhã, aceitei. Eu nunca tinha pescado antes, fiquei com a sensação que o Garfield achava que eu era um perito ... de todas as formas na manhã seguinte o equivoco ia ser desfeito.

Domingo-feira 12 Junho de 2005

Durante a noite ouvimos muitos animais num grande cocktail de sons, havia de tudo cigarras, grilos, rãs, macacos, pássaros, comprovo que o reino animal tem uma grande actividade nocturna. Suamos durante toda a noite devido ao calor e humidade. Acordei às 5:30 da manha com o som do Garfield a tocar na porta, tinha alguma esperança que ele se tivesse esquecido. A Lena virou-se para o outro lado e desejou-me boa sorte.
Cumprimentei o Garfield e dirigimo-nos para o ancoradouro, à nossa espera uma bela canoa com ar instável. Nem acredito, são 5 da manhã na selva, vou para o meio de um rio numa canoa com um americano maluco chamado Garfield the Third, pescar à linha.
Entrei na canoa com um ar confiante, tudo depende da nossa atitude e tentei fazê-lo como se fosse algo vulgar e normal para mim.
Começamos a remar em direcção à selva, do outro lado um barulho infernal, urros e mais urros de macacos congo – são negros e vivem em comunidade, o que gritar mais é o alfa do grupo.
Garfield assobiava enquanto remava, e rapidamente progredíamos para a outra margem, paramos junto a um junco. Expliquei ao Garfield que nunca tinha feito aquilo, ele sorriu como se não fosse novidade. Com o ser ar pachorrento demonstrou-me como se pega na cana e se atira a linha, não parecia nada do outro mundo, sim estava ao alcance das minhas capacidades. Mais uma vez investi numa atitude confiante, atirei a linha e ... bom tivemos que remar para perto do junco para soltá-la, atirei com muita força e a linha ficou emaranhada nas arvores. Garfield consolou-me dizendo que era normal.
Após alguma prática apanhei o jeito e comecei a divertir-me, não é mau pescar. Olhei para o lado e Garfield fumava tranquilamente um cigarro, com a mesma tshirt às riscas, e os calções de banho muito velhos e largos que deixavam à mostra o seu “abono de familia” – Desatei a rir, que quadro mais surrealista.
Mudamos de junco, este não estava a render, de repente ouvimos um splash – “It’s a crocodile” – disse-me o Americano a sorrir, - “ok, glade to know” respondi eu, com um riso amarelo.
Remamos um pouco e paramos perto de um tronco no meio do rio, reparei num lagarto verde que me fitava, de repente salta e começa a correr sobre a agua, apeteceu-me levantar e gritar “milagre” mas contive-me. “It’s a Jesus Christ Lizard” – disse-me Garfield – “Ah” – exclamei eu.
Lancei novamente a linha e senti pressão, estava outra vez presa no fundo, bolas não nasci para isto !!! comecei a puxar com força e de repente sai de agua um peixe agarrado ao Anzol ... “Put him in the boat, put him in the boat” – gritava Garfield, eu não esperava apanhar um peixe como tal não tinha o processo mental carregado no cérebro mas com algum desembaraço consegui, para mim aquilo foi como lutar com um espadarte em pleno mar do norte.
O Americano disse-me que era pequeno mas que podia servir de isco para no final do dia irmos pescar peixes maiores. “Pequeno !!!???”, bolas, eu nunca tinha visto um tão grande, mas tinha de aceitar a avaliação do meu Mestre.
Ficamos mais meia hora e como nenhum peixe mordeu o anzol, voltamos ao Lodge.
Quando chegamos, desatei a correr para o quarto, Lena dormia tranquilamente, eram 6 e meia da manhã, entrei de rompante e com um ar triunfante, sentia-me como um pescador que volta a casa após 2 meses na faina.
Entre ramelas ela ouvia a minha história do crocodilo a saltar para a agua, o meu desembaraço com a cana rapidamente ultrapassado, os lagartos que correm sobre a agua e o momento triunfal, o troféu, um peixe !!!
Ela não reagiu com tanto entusiasmo como o ritmo que eu imprimi à história, as mulheres têm esta capacidade magnifica de nos chamar à terra quando estamos quase a atingir a lua.
Saímos para o pequeno almoço, Ramirez com o seu sorriso enorme tinha preparado um manjar digno de um rei : Ananás, manga, papaya, torradas, manteiga, queijo e claro Gallo pinto que é o típico prato de arroz com feijão preto.
É incrível como uma pessoa sente tanta fome por estas paragens !!!

Eram 8 da manhã e fazia um calor insuportável, chegou o Carlitos um costarricense de 12 anos com uma cara muito simpática, toda a sua vida tinha vivido naquele lugar, levantava-se às 4 e meia da manha, fazia cerca de 5 quilómetros de canoa até à quinta do pai para tratar do gado. Quando havia turistas no lodge, regressava para ajudar como guia – Tinha portanto uma vida saudável.

Fomos para o ancoradouro, a ideia era atravessar de canoa até à Selva e fazer um percurso a pé de hora em meia para avistar macacos, preguiças e outros animais que quisessem conviver com dois luso-descendentes.
Vi o ar nervoso da Lena quando avistou as canoas e foi aí que senti vir ao de cima a minha larga experiência de uma hora – “ tem calma, isto é muito fácil e estável”, mais uma vez o truque está na atitude com que afirmamos.
Dividimo-nos em 2 canoas, eu ia com o Carlitos e ela com o Ramirez, escusado será dizer que o Carlitos imprimia um ritmo à canoa impressionante, já vi barcos a motor mais lentos.
Entre remadelas e fotos lá ia de sorriso na cara preparado para a minha primeira experiência de selva.
Entramos num canal estreito com imensas arvores, vi folhas do meu tamanho. Os sons estavam ao rubro e davam com os meus timpanos em loucos, o cerebro tentava identificar os animais mas era escusado ... por muitos Discovery channel e BBC vida selvagem, ao vivo é outra coisa.
Encostamos as canoas e pisamos terra firme, diante de nós a selva.

Começamos a caminhar, Ramirez seguia à frente, eu ia detrás com a Helena e a fechar o grupo o Carlitos. O suor escorria pelo corpo, as roupas estavam ensopadas e embora tivesse esfregado bastante tabard no rosto e braços, os mosquitos não largavam e o ZZZZzz nos ouvidos era uma constante.
De vez em quando Ramirez tinha de utilizar a faca de mato para abrir passagem. A selva deve ser o delírio de qualquer botânico, nunca vi tanta variedade à minha volta, fiquei bastante surpreendido com o tamanho das arvores e respectivos troncos, adorei a arvore do Tamarindo, tronco enorme e oco que fazia um batuque único, os índios usavam-na para comunicar, era portanto um telemóvel arcaico.
Como estava muito calor não era fácil avistar macacos, os animais quando a temperatura sobe escondem-se para dormir (o mesmo principio do alentejano). Caminhamos e caminhamos, mesmo que não visse animais, só o facto de estar ali já era uma emoção. De repente o Carlitos exclama “Mono, mono” (macaco em espanhol), olhamos para cima e lá estavam 3 macacos-aranha, são esguios, ágeis e de um tom castanho claro, saltam imenso de arvore em arvore e seguram-se de todas as formas possíveis e imaginárias, inclusive com a cauda que mais parece um chicote.
Ramirez explicou-nos que eles alimentam-se de umas folhas que contêm substancias tóxicas e que por isso ficam assim eléctricos, ou seja são uns drogaditos.
Continuamos a andar e os “aranha” seguiam-nos, assim como nós organizamos excursões para ver macacos, eles organizam excursões para ver humanos. De repente desapareceram, a razão era que estávamos a entrar no território do macaco congo, eternos rivais. Estes são os que gritam muito, são todos pretos e bebem agua das folhas, não descem para beber no rio porque se assustam com o seu próprio aspecto quando reflectido na agua. Comem as mesmas folhas tóxicas mas o efeito é diferente, ficam parados nos troncos como se estivessem de ressaca.
Estávamos a ter uma aula de biologia ao vivo, aprendi mais naquela hora do que durante os meus anos de liceu.

Regressamos ao Lodge e depois de um banho no mar do Caribe, fomos almoçar, conversamos imenso com o Garfield e o Ramirez.
Garfield tinha estado no vietname, foi o primeiro americano que conheci em tais condições. Depois da tropa acabou o curso e começou a trabalhar para uma importante empresa de consultoria financeira. Viveu em Miami, como vizinhos tinha os Bee-gee’s e o Julio Iglesias ... lembrei-me da minha casa na Chamusca, a minha vizinha é a Gia uma jovem de 90 anos.
Contou-me histórias de festas que frequentou, de xeiques arabes magnatas de petróleo, chegou a conhecer o Don Johnson da serie Miami Vice. Com 45 anos resolveu que estava na altura de mudar de vida e vendeu tudo o que tinha para vir viver para a Costa Rica, já tinham passado 16 anos. Os últimos 2 não correram de feição, o banco onde tinha o dinheiro congelou todas as contas por decisão governamental – suspeitas de lavagem de dinheiro – assim Garfield e os restantes clientes do banco viam-se privados do acesso ao dinheiro. Como não tinha alternativa, veio parar à selva, aqui não tinha despesas e sempre tinha um tecto e comida.
Estava a dar em louco, detestava macacos e já não suportava o clima, a maioria dos dias estava sempre a chover, nós estávamos com sorte com o tempo. O seu único escape era a pesca, adorava pescar.

Ramirez era o tipico faz-tudo, tinha sido actor, saltimbanco e cuspidor-de-fogo. Adorava andar sobre andas e dar saltos mortais.
Arranjou trabalho numa feira na casa do terror onde aparecia a assustar com a serra-mecanica. Certo dia um miudo mais corajoso quando o viu surgir vestido de monstro e serra na mão, deu-lhe um valente pontapé no joelho, foi a desgraça. Teve de ser operado 3 vezes e o que mais adorava, as andas, tiveram de ser postas de lado.
Agora estava melhor, mas o joelho nunca ia ficar a cem por cento. Estava na Selva pois o Hartmund (o alemão que era dono), era casado com a sua irmã e como tal veio para aqui ajudar no lodge.

Quando não existem televisões, nem nada que nos distraia, as pessoas concentram-se mais umas nas outras e a conversa flui e assim foi durante aquelas duas horas que estivemos sentados à mesa entre comida, cerveja e cigarros.

Fui até ao ancoradouro onde existia um telheiro feito de canas e uma convidativa rede, onde me deitei. Ali fiquei a observar o rio e do outro lado a impressionante selva com as imponentes arvores cheias de vida a palpitar por todo o lado, foi um momento de paz, quando estou assim geralmente começam a soar-me musicas na cabeça, como se de uma banda sonora tratasse-se, desta vez foi Van Morrisson “Days like this”

When it's not always raining there'll be days like thisWhen there's no one complaining there'll be days like thisWhen everything falls into place like the flick of a switchWell my mama told me there'll be days like this
When you don't need to worry there'll be days like thisWhen no one's in a hurry there'll be days like thisWhen you don't get betrayed by that old Judas kissOh my mama told me there'll be days like this
When you don't need an answer there'll be days like thisWhen you don't meet a chancer there'll be days like thisWhen all the parts of the puzzle start to look like they fitThen I must remember there'll be days like this
(…)


Foi nesta paz que ouvi chegar a lancha, a mesma em tínhamos chegado no dia anterior.
Garfield e Ramirez correram para o ancoradouro, a chegada da Lancha é o momento mais importante do dia, são novidades que chegam, caras que se avistam, cartas desejosas de serem entregues e lidas.
Na lancha vinha a nossa amiga Beatriz juntamente com Hartmund e outro costarricense chamado Ricardo.
Que felicidade rever a Beatriz, a ultima vez que tínhamos estado juntos foi na serra de Gredos (Espanha), já tinha passado mais de um ano.
Matamos as saudades e fomos directamente para dentro de uma canoa, eu e a Helena sentíamos a obrigação de ir mostrar os cantos à casa. É estranho mas estávamos com a sensação de já pertencer aquele sitio, como se tivéssemos chegado à muito tempo atrás. Assim com orgulho navegamos no rio e mostramos os canais e pedaços de selva à Beatriz.

À noite foi quase um jantar de gala, Garfield apareceu com a t-shirt às riscas e os calções velhos mas desta vez trazia vestido um casaco verde, um verde muito forte. Já éramos mais à mesa e isso era motivo de festa.
Conversamos e rimos bastante, a comida estava óptima e Ramirez fez questão de decorar os pratos de uma forma surpreendente.
Quando me distanciava mentalmente e observava aquele quadro, achava piada aquelas pessoas que pareciam amigos de toda a vida, não havia distinção entre a equipa do lodge e os clientes, estávamos todos à mesma mesa, riamos e conversávamos.
Fiz um cigarro de enrolar, não sou grande fumador mas por vezes existem ocasiões que pedem por um bafo de nicotina, não é um vicio é um prazer.
Nas minhas mão o mais puro conceito de globalização, tabaco francês, mortalha espanholas, filtros australianos, fumado por um português na Costa Rica ... soltei um riso, aqui o tempo passa mais lento e dá-nos espaço para pensar.

Uma noite destas tinha de acabar em pleno e como tal decidimos ir observar crocodilos. Formamos dois grupos para as canoas :

Eu a Helena e o Carlitos
A Beatriz, o Ramirez e o Hartmund noutra.

A noite estava bastante estrelada, aqui como não existe luz, parece que estamos sobre o planetário. Ao longe ouvia-se o som de uma trovoada e de vez em quando viam-se clarões.
Começamos a remar com os frontais na cabeça, a canoa da Beatriz era a mais ruidosa ou não fosse ela Espanhola ... fala, fala, fala.
Começamos a aproximar dos canais e as arvores, as folhas enormes, o som da noite davam uma mística única. Paramos de remar, Carlitos olhava para o rio e de repente exclamou ali está um ... tentei ver mas confesso que não via nada, nem com um pouco de imaginação. Os crocodilos e caimões estão perto dos juncos, onde costumam caçar.

Seguimos para uma exploração nocturna, o objectivo era observar caimões. Éramos 7 e 3 canoas, a noite estava estrelada e ao longe ouvia-se uma trovoada, provocando alguns clarões. No ar ouvia-se os sons da selva e o barulho dos remos a tocar na agua. Começamos a entrar nos canais, de noite as arvores e as folhas do tamanho de pessoas, tinham uma ar místico. Os caimões caçam junto aos juncos e como tal foi aí que paramos as canoas, “ Mira uno”, gritava Carlitos. Eu não conseguia ver nada, mas o Carlitos saltou para a agua e apanhou-o, era pequeno, devia ter uns 50 Cms.
É impressionante ter um bicho daqueles na mão.
Demos mais umas voltas e víamos olhos luminosos na agua, eram os Caimões a fitar-nos.
De regresso fizemos uma corrida de canoas, a forma como o Carlos remava era impressionante, como eu e a Lena estávamos na sua canoa, ganhamos.
Esta experiência nocturna não vai ser esquecida, o som do rio com as canoas, o ceu cheio de estrelas e uma tempestade ao longe, ingredientes fantásticos.

Segunda-feira 13 Junho de 2005

Acordamos as 5:00 da manha e fomos para a praia tirar fotos, depois fomos observar o rio. Às 6 tomamos o pequeno-almoco e fomos para a selva observar macacos. A Beatriz ainda não tinha estado na Selva e ficou bastante entusiasmada com a experiência. O mais engraçado é que por mais repelente que se deite, uma pessoa é sempre atacada por mosquitos.
Por volta das 9 horas estávamos de volta para o pequeno-almoco. Comemos o tipico feijao com arroz – Gallo pinto - e ovos, tudo muito bom. Eu a Beatriz e a Lena fomos para a praia, a agua fervia, parecia sopa. Quando fomos para o quarto o Ramirez apareceu com cocos, que delicioso é a agua de coco.
Por volta do meio-dia fomos para a Laguna 9, fazia muito calor, partimos de canoa, entramos por uns canais magnificos, cheios de verde, conseguimos avistar uns Tucanos, que pássaro magnifico. Quando se chega a Lagoa a vista e espectacular, passeamos durante um bom bocado.
Quando voltamos fui pescar com o Garfield, desta vez fomos à procura de peixes grandes, levamos a lancha e outro tipo de canas. O isco que usamos foi peixe vivo, preparamos 2 canas e atiramos o anzol à agua. Enquanto esperávamos foi experimentando a sorte com uma cana mais pequena.
É giro estar no rio a ver anoitecer e ouvir os peixes a saltar.
Fui sentar-me ao pé do Garfield e fumamos uma bela cigarrada enquanto falávamos. Não pescamos nada e como tal voltamos ao Lodge.
O hotel esteve sem luz durante algumas horas mas voltou a hora de jantar.
Quando fomos para a cama começou a chover... Que tempestade. A chuva a bater nos telhados faz um ruído ensurdecedor mas magnifico.

Terca-feira 14 Junho de 2005


Hoje foi o dia de partida, acordamos as 4:30 para tomar o pequeno-almoco por volta das 5 pois o barco passava às 5:30. Despedimo-nos do Ramirez e de Garfield e apanhamos o barco com Hartmund e Ricardo. Fomos pelo rio ate La Pavona e dai seguimos de jeep ate Puerto Viejo Sarapiqui. O Hartmund deixou-nos no hotel Bamboo onde nos apanharam para o Lagarto lodge. demoramos 3 horas a chegar, pelo caminho vimos imensas plantações de ananás e yuca. Paramos em Boca Tapada para comer e beber. Seguimos para o Lodge, que e impresionante, fica ao pé do rio San Carlos, tem imensa selva a rodear. O quarto tem uma varanda espectacular, com uma vista sobre o rio e a selva. Depois de deixarmos as nossas coisas, fomos dar um passeio pela selva, estava a chover e o cheiro da terra é incrível.
Voltamos ao hotel para descansar, aproveitamos para observar pássaros.
A noite enquanto jantávamos apareceu o Sr Flores com uma iguana no braço, a Lena e Abeatriz controlaram os medos e até fizeram uma festa. Pouco depois foi buscar uma rã com umas cores espectaculares, por fim e para culminar bem a noite foi hora de ir alimentar os crocodilos. Descemos até à lagoa e o Sr Flores começou a falar em alemão pois era assim que eles estavam acostumados ... Fraullein, Baby ... lá apareceram eles, eram muitos e alguns deles grandes. A Lena e a Beatriz estavam com medo. Nunca estive tão perto de um bicho destes e é impressionante a velocidade com que se mexem.


Quarta-feira 15 Junho de 2005

Acordamos as 6 horas e ficamos na varanda a apreciar o nascer do dia, faz um pouco mais de frio que em Samay. As 7 fomos tomar o pequeno-almoco e as 8 fomos de barco pelo rio S. Juan até à fronteira com a Nicarágua.
A viagem foi tremenda, vimos lagartos Jesus Cristo, que andam por cima da agua, vimos iguanas, vários tipos de aves e arvores : arvore-pao, a palmeira do viajante, etc. Quando chegamos à fronteira com Nicaragua, paramos um pouco na aldeia da Boca de S. Carlos, muito bonita, visitamos a escola onde os Ticos pequenos aprendem um pouco de tudo, desde matemática a agricultura. Antes de partir tomamos umas cervejas.
Quando regressamos, comemos umas sandes e depois viemos para a varanda descansar.
As 3 da tarde fizemos um passeio de 2 horas pela selva com o Didier. Vimos diferentes tipos de rãs, aranhas, formigas, foi um passeio espectacular. Antes de regressar ao hotel, eu a Lena e a Beatriz fizemos um passeio muito bonito de canoa.
A noite jantamos carne com yuca, estava muito bom.

Quinta-feira 16 Junho de 2005

Esta noite um casal de alemães que chegou portou-se mal, apanharam uma bebedeira e fizeram imenso ruído, tive que ir bater a porta.
Quando acordamos e depois do pequeno-almoco fomos andar de canoa para uma lagoa. Tivemos que caminhar um pouco a pé, quando chegamos, colocamos as canoas na agua e começamos a remar. A lagoa era muito bonita e estava cheia de troncos, o que exigia alguma destreza no manuseamento da canoa. Fizemos um passeio grande e acabamos por ir ter a uma zona isolada, quando estávamos a voltar a Beatriz reparou num caimão que ia a passar junto a canoa , era grande e impunha respeito, quando olhei para a agua e o vi, confesso que senti um pouco de medo.
Regressamos ao ancoradouro e arrumamos a canoa, voltamos ao hotel.
Esperamos ate às 10 para que o Júlio nos viesse buscar. A viagem foi engraçada, falamos imenso, de natureza, de política. Paramos no muelle para ver um café que esta cheio de iguanas ... enormes, foi fantástico.
Chegamos a Fortuna, que e uma cidade bastante turística perto do vulcão arenal. O hotel S. Bosco era um pouco feio, mas claro nós vinhamos da selva e estávamos acostumados a estar isolados e em casas magnificas de madeira.
A tarde fomos de excursão pela floresta, apanhamos uma grande chuvada, e imensa gente. Esta visita foi bastante turística, mas mesmo assim aprendemos algumas coisas e o mais engraçado de tudo foi a chuva que caia, estávamos completamente ensopados.
Depois fomos para o vulcão arenal fazer fotos, tivemos sorte e vimos lava a ser expelida.
De seguida fomos para as piscinas de aguas termais, embora seja turistico estava bonito, agua é muito quente, existe desde piscinas a 30º até piscinas com 60 º , esta ultima parece que estamos a ser cozidos ... uma pessoa está dentro de agua e a cozer.
Quando chegamos ao hotel, tivemos que secar os bilhetes de avião, o passaporte, as notas de colones e dolares, enfim estava tudo molhado. A Beatriz molhou a camera e deixou de funcionar.


Sexta-feira 17 Junho de 2005

O despertador tocou as 6 da manha, levantamos e fomos tomar o pequeno-almoco ao restaurante cascada, fruta e torradas. Depois fomos as compras, eu precisava de pilhas e a Beatriz de uma camara nova pois a sua continuava sem trabalhar. Comprou uma Olympus analogica, custou 30 USD.
As 8:20 em ponto tínhamos a carrinha a nossa espera, o condutor explicou que a viagem demorava 3 horas ate Liberia e depois mudávamos de camioneta. De caminho paramos numa aldeia onde comemos. A casa de banho estava cheia de orações e folheados na sanita, tive que tirar uma bela foto.
Chegados a Liberia, trocamos de carrinha e seguimos para El Rincon de la Vieja. O hotel esta bonito, embora seja mais turistico que a Barra del Colorado e Boca Tapada mas muito melhor que o ultimo hotel de Fortuna. Na recepção estava um sr mal encarado, depois de falarmos com ele rimos entre nos. A Beatriz perdeu a carteira com o BI e o cartao de credito, teve que telefonar ao seu banco para cancelá-la. Poucas horas depois descobriu que afinal a sua carteira estava caída no chão do quarto.
O hotel era uma fazenda – Hacienda Guachipellin – estava muito engraçada, com cavalos, vacas, arvores de fruta, selva.
Depois de comermos algo leve fomos fazer canopy, que consiste em slide sobre uma cascata, rapel, escalada, vias ferratas. O que me custou mais foi o rappel pois lançaram-me em queda livre durante 10 mts e pararam a meio. Passamos 2 horas muito divertidas, com o coração a bater a todo o gas.
Quando regressamos começou a chover bastante. As 7 fomos jantar, um buffet cheio de coisas boas.

Sabado 18 Junho de 2005

Hoje fomos para a piscina as 6 da manha e as 7 estávamos a tomar o pequeno-almoco, um belo buffet. As 8 fomos passear a cavalo. Conhecemos um casal espanhol de Burgos, muito simpáticos.
O cavalo, que era uma egua, chamava-se Paloma. Saímos devagar mas aos poucos íamos andando mais depressa. Aguentei-me bem, de todas as formas magoa um pouco o rabo. O senhor que nos acompanhava chamava-se Rene e era um sabanero de 60 anos, cheio de energia. Paramos para passear pelo parque del Rincon de la Vieja, é bonito porque esta cheio de fumarolas vulcânicas. Rene andava muito rápido, incrível para a idade.
Voltamos para os cavalos, cada vez doia-me mais o rabo. Paramos nas termas e fizemos sauna, lama, agua quente e agua fria, muito bom. Voltamos a montar, comecei a ficar com as pernas doridas por roçarem no couro da sela, enfim sofri um pouco ate ao final, as pernas já estavam em ferida, já não aguentava mais.
Fomos almoçar todos juntos e enquanto comíamos, caiu uma grande tempestade, o barulho dos trovões era impressionante.
Depois de almoço fomos para o quarto dormir, o resto do dia foi pacifico.

Domingo 19 Junho de 2005

Acordamos e fomos tomar o pequeno-almoco e depois acabar de fazer as malas pois era dia de partida. Demos um pequeno passeio, estivemos na piscina e por volta das 11 vieram buscar-nos. Seguimos viagem ate Liberia onde paramos para comprar pilhas, não encontrei o cartão para a maquina e já estava com poucas fotos disponiveis. Seguimos viagem para St Elena Mt Verde. Os últimos 25 kms da viagem foram terríveis, caminho empedrado e a subir. Ficamos hospedados no arco-iris lodge, muito bonito, cabanas de madeira.
Monte verde parece-se muito com os Açores, montanhoso e verde. A aldeia e engraçada, tem bastante movimento e bastantes lojas e restaurantes. Consegui comprar o cartão de memória para a câmara.
Muito bom aqui é o café, tem uma loja especializada que serve cafés de todo o género e feitio, todos muito bons.
À noite fomos jantar, a Lena esta constipada e por isso teve que ir comprar gotas para o nariz, custou 30 USD, que roubalheira.

Segunda-feira 20 Junho de 2005

Tomamos o pequeno-almoco no arco iris e esperamos a camioneta que nos vinha buscar para o sky walk, depois de alguma confusão, apanhamos a camioneta na estrada principal. Subimos um pouco por um caminho de terra batida e chegamos ao parque. Começamos o sky walk que consiste num conjunto de pontes por cima da selva, tem vistas maravilhosas por cima do bosque nubloso. O passeio demorou quase 2 horas. Quando chegamos estávamos em duvida se fazíamos o sky trek, confesso que estava um pouco receoso, por fim decidimos fazer. O sky trek consiste num conjunto de plataformas ligadas por um cabo no qual vamos deslizando. Começamos a subir, a Lena foi a primeira a sair, eu fui o terceiro, depois da Beatriz, do nosso grupo faziam parte 5 emigrantes Costa Ricenses. As primeiras 6 plataformas eram as mais fáceis, eu gostei particularmente da 5 e 6 pois eram pelo meio da selva, impressionante. A 7 era a mais alta com vistas magnificas, apanhei um pouco de vento, o que assusta um pouco. A 9 era a mais rapida e a 10 a maior, tinha 800 mts. Tanto a 10 como a 11 fiz em conjunto com a Lena, foi excelente. Quando chegamos a Sta Elena estávamos cheios de fome e fomos almoçar ao Morpho – Fartamo-nos de falr e rir pois tinhamos a adrenalina ao máximo.
A Lena continua um pouco constipada e como tal não foi à caminhada nocturna, fui eu e Beatriz. Foi giro aprendemos imenso e vimos imensos insectos e tivemos sorte de ver uma preguiça muito perto. A caminhada durou 2 horas, depois disso fui jantar ao Boemios com a Lena, a Beatriz estava cansada e já não lhe apeteceu sair.


Terca-feira 21 Junho de 2005

Hoje foram buscar-nos por volta das 8:30 e seguimos viagem para Manuel Antonio. A viagem correu bem mas demorou tempo. O hotel onde estamos é bonito mas nota-se que e de estilo mais turístico. Cheguei cheio de fome e fomos ao restaurante, por azar tinha chegado um grupo grande de alemães e demorou um pouco a sermos atendidos. Depois de comer fomos dormir e por volta das 6 fomos para a cidade de Quepos, que e costeira mas um pouco feia, com um clima um pouco pesado, se bem que nao aconteceu nada. Visitamos umas lojas, fomos a um restaurante e voltamos para o hotel.


Quarta-feira 22 Junho de 2005

Depois do pequeno-almoco fomos conhecer o parque nacional de Manuel Antonio, este parque é dos mais pequenos mas é muito bonito pois e banhado pelo Pacifico, tem praias fenomenais que parecem de filme. O guia era excelente, fomos com um casal mexicano em lua de mel, simpáticos. Fartamo-nos de ver animais : morcegos, iguanas, lagartos jesus cristo, macacos congo, macacos cara branca, preguicas, a Lena gostou imenso deste ultimo, estava toda entusiasmada. A vantagem desta visita e que o guia levava um pequeno telescopio, o que permitia ver imensos pormenores. Um detalhe que achei interessante foi o facto de os guias se ajudarem, sempre que um avistava um animal avisava os outros. No final do passeio tomamos um belo sumo e comemos um prato imenso de fruta. Regressamos a Manuel Antonio, desta vez para a praia. Que maravilha, praia paradisíaca, agua do Pacifico com agua quente. Depois de 2 horas na praia, fomos dar um passeio, vimos praias maravilhosas e macacos cara branca.
No fim desta bela caminhada fomos para a vila comer, enquanto o fazíamos apareceram pequenos macacos, a Lena ficou toda contente. Regressamos ao hotel e fomos para a piscina, antes de jantar.

Quinta-feira 23 Junho de 2005

Hoje a manha começou com bastante chuva, aproveitamos para dormir um pouco mais pois só tínhamos de sair as 10. À hora combinada apareceu o motorista, a viagem ia demorar bastante tempo pois uma das estradas estava intransitável e tínhamos de ir por S. Jose. A viagem decorreu sem problemas, bastante chuva. Paramos numa ponte pois podia-se observar crocodilos, eram imensos e enormes.
Chegamos a S. Jose, que grande confusão de transito, parece uma cidade um pouco feia.
Continuamos caminho para Cierro de la Muerte, a estrada e bastante sinuosa e estava algum nevoeiro. Por volta das 15 chegamos, o Trogon Lodge e bonito e fica num vale de montanha. O dono parece um pouco mariquita e todos os detalhes do lodge são um espelho disso, de todas as formas esta com bom gosto. Aqui sim, faz frio.
Depois de vestirmos algo mais quente , fomos passear, existem caminhos marcados. Acompanhamos um rio com algumas cascatas, onde aproveitamos para tirar boas fotos. Começamos a subir e no topo tínhamos boas vistas sobre o vale. Adoro montanha.
Regressamos ao lodge, tomamos um bom banho e fomos jantar. Uma vez mais se revela a mariquice, tudo cheio de velas, musica de elevador ... pelo menos a comida estava boa.

Sexta-feira 23 Junho de 2005

Começamos o dia bem cedo, eram 5:45 quando nos bateram a porta. Estava um dia bonito mas fazia um pouco de frio. Fomos tomar um café e de seguida fomos de carrinha em busca do Quetzal, o pássaro nacional, connosco seguia 3 americanas simpáticas : a avo, a filha e a neta.
Chegamos ao sitio do ninho, o Leo explicou que os pais estavam a caçar e era uma questão de tempo ate aparecerem. Esta época geralmente já não ha ninhos mas parece que estávamos com sorte. A primeira a aparecer foi a fêmea, que bonita, toda verde. Depois de sair do ninho apareceu o macho, que esplendoroso, verde com peito vermelho, uma cauda bifurcada, na cabeça um penacho. Tirei algumas fotos.
Quando regressamos ao hotel tomamos um excelente pequeno-almoco e como tal tivemos que ir fazer uma boa caminhada para compensar.
Quando chegamos ao hotel arranjamos as malas e partimos para S. Jose, quando estávamos quase a chegar apanhamos alguma chuva mas depois parou. Quando chegamos ao hotel fomos para o jacuzzi e piscina e depois decidimos ir passear. S Jose e uma cidade estranha, a maioria das ruas sao apertadas, as casas um pouco velhas, muito transito.
Fomos a andar para o centro, o ceu estava muito cinzento e ouviam-se trovões, prometia chuva. Chegamos ao centro, muita confusão, as lojas cheias de porcarias e os donos anunciavam os preços aos berros – “ A mil, a mil” , enfim parecia um mercado gigante.
Quando chegamos ao centro fomos tomar um café a um sitio pitoresco, o “Cade del Correo” – no fundo era a estação central de correios que tinha um café com imenso bom gosto e café excelente. Perguntamos onde podíamos encontrar uma loja com artesanato local e indicaram-nos a “Casona”. Andamos algum tempo à procura mas finalmente conseguimos encontrar, entretanto tinha começado a chover.
A casona era tipo um mercado de produtos artesanato, os vendedores embora simpáticos, eram um pouco chatos pois estavam sempre a convidar para visitar a loja.
Acabei por comprar algumas peças de artesanato, entre as quais um pau-de-chuva, o que não deixa de ser irónico pois chovia a potes e não estava com ar que ia parar.
Andamos desesperadamente à procura de um taxi mas parecia ser uma missão impossível, o transito estava caótico e os taxis estavam todos cheios.
Andamos, andamos e nada ... fomos parar novamente ao Cafe del Correo, todos encharcados. Tentamos mandar vir um taxi mas o numero de telefone estava sempre impedido.
Numa tentativa desesperada fomos para uma praça de taxis mas para alem de estar cheia de pessoas, não havia um único taxi que parasse. Só restava uma solução ir a pé. Tinhamos bastante para andar mas era a razão mais acertada pois estávamos a adiar o inevitável. Andamos, andamos até que finalmente chegamos ao hotel, não havia nenhuma parte de mim que estivesse seca.
O meu medo era que o passaporte estivesse molhado, mas resistiu à intempérie.

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