sábado, 20 de dezembro de 2008

Somiedo, Março 2007



Como e quando.

Viagem realizada em Março de 2007 ao Parque Natural de Somiedo, perto das Asturias.

Fotos da Viagem.


Detalhe da Viagem.
Partimos na sexta feira ao final do dia, a ideia era irmos de carro até onde fosse possivel e quando estivessemos cansados paravamos para descansar. Assim fizemos, é sempre divertido viajar de noite, levamos musica para ir acompanhando as conversas filosoficas.
Chegamos a um ponto em que o cansaço era grande e encostamos a Kangoo perto de uma bomba de serviço, para dormir. Tiramos os sacos camas do porta bagagens, baixamos as cadeiras e ali ficamos a dormir ... belo sitio, a Kangoo.
De manha depois de acordar fomos tomar o pequeno almoço e seguimos caminho.
Chegamos a Pola de Somiedo por volta das 11 da manhã, que bela era a aldeia; casas de Pedra, ruas estreitas ... muito charmoso.
Paramos o carro perto de um hotel com uma bela esplanada e tomamos uma bela caña. Na esplanada estava uma enorme estatua de um urso ou não estivessemos nós na zona da Peninsula com mais ursos ibericos.
Fomos até ao Centro de interpretação do Parque para comprar mapas e obter alguma informação. Depois de decidirmos a rota, fomos de carro até à zona de partida. Mochila às costas e estavamos prontos para partir.
O dia estava limpo embora estivesse um pouco de frio. Começamos a caminhar por um vale muito bonito atravessado por um riacho. O percurso estava bem assinalado e as vistas eram fabulosas, ao fundo avistava-se as montanhas. Paramos depois de hora e meia de caminhada para comer. Aproveitamos para relaxar e apreciar a natureza que nos rodeava.
Retomamos o caminho e aos poucos já se avistava o lago para onde nos dirigiamos, O "Lago del Vale".
Chegamos por volta das 16:30 e procuramos o melhor sitio para acampar; decidimos por ficar perto de agua. Tivemos que montar as tendas rápidamente pois o tempo começava a mudar, estava a ficar mais cinzento e aproximava-se uma tempestade. Mal terminamos, tivemos que recolher-nos pois começou a chover violentamente ... ao longe ouviam-se trovões. É engraçado estar deitado numa tenda a ouvir chover, por uma lado estamos protegidos mas por outro estamos expostos à furia dos elementos.
O tempo começou a piorar e a trovoada entrou no vale, cada trovão era mais forte que o anterior.
Calmamente cozinhava uma Aptonia (comida liofilizada). Ia conversando com o Luis que estava na tenda ao lado e de vez em quando trocavamos uma garrafa de Whisky.
A trovoada, a chuva e o vento não dava treguas e cada vez estava mais assustador. Por uma razão de segurança, decidimos sair das tendas e abrigar-nos ao pé de uma casa de pastores.
Finalmente a chuva passou e aproveitamos para explorar as redondezas.
Ao inicio da noite assamos um chouriço e depois de umas horas a filosofar, fomos dormir, estava feito o primeiro dia.
Segundo dia.
Levantamos e começamos a subir a montanha, procuravamos um trilho, uma passagem que desse para atravessar para o vale do outro lado. De vez em quando davamos com becos sem saida e tinhamos de voltar atrás; com paciencia iamos progredindo. Já se avistava o vale e começamos a descer, ao fundo um lago. Paramos para almoçar e dar uma vista de olhos no mapa enquanto a Aptonia aquecia, viva a comida liofilizada.
Começamos novamente a subir, tinhamos de atravessar outra montanha para dar a um outro vale. Estavamos completamente sozinhos, não se via ninguem.
Avistamos um vale enorme, o sitio ideial para montar o acampamento. Ao longe ouvia-se a trovoada a aproximar; descemos a correr para montarmos o nosso tecto. Assim que entramos na tenda começou a chover e a trovejar; já era um ritual.
Ao final do dia, fizemos o jantar, fumamos um cigarrito sentados numa rocha e mais uma sessão de filosofia.
Terceiro dia.
Acordamos e tomamos um belo pequeno almoço (liofilizado), colocamos as mochilas às costas e seguimos caminho para a aldeia mais proxima. Quando chegamos, paramos no primeiro café que encontramos e mandamos vir duas belas cañas e uma "tabla" de chouriço e queijo ... já estavamos fartos de comida liofilizada.
Apanhamos 1 taxi de volta para o sitio onde tinhamos deixado o carro, 2 dias antes.
Fomos para outra zona do parque, igualmente bonita; pelo caminho vimos muitos carvalhos.
Paramos numa aldeia tipica com casas de pedra. Compramos 2 garrafas de tinto e colocamo-nos a caminho. Fomos cruzando com bois que regressavam depois de 1 dia passado a pastar. Andamos por 1 vale e ao fundo avistavamos belas montanhas. Passamos por branhas espectaculares; branhas são casas de madeira com telhado de cana, onde se guarda o gado. Algumas das aldeias faziam lembrar a aldeia de Asterix.
Ao final do dia achamos um prado verde onde decidimos montar acampamento. Era tempo de abrir as garrafas de tinto e recuperar as forças de mais 1 belo dia a caminhar.
Quarto dia.
Arrumamos a mochila e retomamos ao vale, o dia estava bonito embora frio. Aos poucos começamos a subir, o trilho ia os zig-zags mas sempre a subir. Foram 2 horas até chegar ao cume de um pequeno pico. Paramos para descansar e encher os cantis num curso de agua. A partir daí foi sempre a descer, as vistas magnificas ...
Aos poucos avistamos uma aldeia ... começamos logo a pensar em comida, queijo, chouriço e uma bela cerveja. Estavamos bastante cansados, ia saber bem parar, comer e chamar 1 taxi para nos levar ao carro. Conforme nos iamos aproximando começamos a brincar um com o outro - "Era giro a aldeia não ter ninguem" ... Riso. "sim, era engraçado chegar e não encontrarmos vivalma".
Entramos na aldeia e procuramos o café mais proximo, andamos, andamos mas não se via ninguem ... "Bom, devem estar todos na igreja"- Pensamos. Acontece que a igreja estava fechada. A aldeia não tinha habitantes, embora as casas tivessem bom aspecto. Tivemos de colocar-nos novamente à estrada, ainda andamos pelo menos uma hora até chegar a um restaurante - "El Coronel" - aí sim, tivemos o luxo de comida quente e vinho do bom.
Apanhamos um taxi até ao carro e regressamos a Pola de Somiedo, onde nos instalamos num pequeno mas bonito hotel. À noite saimos para comer "tapas" e conhecemos um grupo de mineiros das Asturias, que tocavam gaita asturiana ... grande festa e uma bebedeira de Cidra.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Mertola-Alcoutim em Kayak, fev 2007




Como e quando foi.
Viagem realizada em Fevereiro de 2007, na companhia do Miguel e do Luis, estavamos a explorar uma autonia que poderia ser realizada mais tarde com outras pessoas.

Fotos da viagem.
Aqui podem ser consultadas as fotos.

Detalhe da viagem.
Viajamos na sexta feira à noite para Mertola, no caminho ainda apahamos bastante chuva, o que não era muito auspicioso. Dormimos essa noite no clube naval de Mertola, que diga-se de passagem é bastante moderno e hospitaleiro.
Vale a pena visitar Mertola, é um encontro com a história.
No dia seguinte depois de um bom pequeno almoço, metemos os kayaks (sit-on-top) à agua.
Começamos a descer o Guadiana e a desfrutar das belas vistas; a vegetação das margens, as garças que voavam por cima de nós e o som de um ou outro peixe que saltava.
Paramos para almoço e para fazer uma pausa, não há nada como uma bela comida liofilizada, regada com um bom tinto.
À tarde seguimos atá ao Pomarão, onde paramos para lanchar. Estavamos cheios de fome, mas o unico café aberto só tinha batatas fritas de pacote, com um pouco de negociata lá conseguimos sacar um queijo e claro está umas belas minis.
Depois deste farto lanche (ironia, claro), seguimos viagem por mais 1 Km até acharmos um sitio para passar a noite. Recolhemos os Kayaks, armamos as tendas, vestimos uma roupa seca e apanhamos lenha para uma pequena fogueira.
O sitio onde acampamos tinha uma vista maravilhosa sobre o rio, onde ao fundo fazia uma grande curva para a direita. Ao cair da tarde passou por nós uma familia num barco à vela, muito engraçado.
À noite assamos um belo chouriço, bebemos um tinto e conversamos a ver as estrelas ... estava frio e bastante humidade.
No dia seguinte pusemo-nos a caminho de Alcoutim, onde almoçamos. Depois de almoço ligamos ao centro nautico de Mertola para recolher-nos.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Viagens com Maria em 2006



Como e quando foi.

Em 2006 fomos com a nossa filhota Maria a Monfrague e ao Torcal de Antequera.

Fotos da Viagem.


Detalhe da Viagem.

Monfrague é um parque natural em Espanha e onde passa o rio Tejo. Tem imensas gargantas e ravinas e é famoso pelas imensas aves de rapina que existem : Falções, aguias, corujas e abutres.

Está sempre com imensos ornitologos. Um sitio famoso para observação de aves é o salto del gitano.


Antequera é uma cidade perto de granada, é famosa pelo Torcal de Antequera, que é uma zona enoerme de rochas erodidas pela chuva e pelo vento, que deram origem a formações muito curiosas.

A Maria gostou imenso de visitar estes lugares, em todos eles acampamos que é algo que a Maria adora.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Los Galayos, Dezembro de 2006



Como e quando foi.

Viagem realizada em Dezembro de 2006, visita aos Galayos, formação rochosa no Parque Natural de Gredos.

Fotos da Viagem.

Pode visualizar as fotos aqui.

Detalhe da Viagem.

Partimos para Arenas de São Pedro, onde ficamos numa pequena mas simpática pensão. Quando chegamos o ceu estava cinzento e de vez em quando caiam uns pingos mas nada que não se aguentasse. Estava muito frio, ou não estivessemos nós em Dezembro e no meio da Serra.Depois de descansar um pouco demos um pequeno passeio por S.Pedro, que é uma vila muito simpática. Tem um lago fantástico com umas vistas muito bonitas.

Visitamos uma pequena aldeia, perto de S. Pedro (não me lembro o nome), que fica no meio de um vale cheio de arvores que na altura estavam cobertas de diferentes tons, o que dava uma panoramica espectacular. Acabamos por Jantar nessa aldeia e que bem comemos.

No dia seguinte rumamos ao Charco Verde que é uma cascata lindissima. Depois de tirarmos algumas fotos e apreciar a paisagem, seguimos para o inicio do trilho do Puerto del Peon. O trilho inicia-se com imenso arvoredo, principalmente pinheiros. O vento estava forte e como estava frio, dava a sensação de cortar. A meio da subida paramos para um belo pic-nic com uma bela vista de serra. Estes momentos são mágicos, o silêncio, a paisagem, faz-nos pensar como o mundo é cheio de sitios mágicos por descobrir.

Subimos ao Puerto mas não ficamos muito tempo pois o frio era intenso. Na descida e já dentro do pinhal começou a nevar intensamente, o que deu um toque de charme ao nosso passeio.

De regresso a Arenas, descansamos um pouco. Queriamos jantar cedo mas em Espanha não se consegue jantar antes das 21, hora em que abrem as cozinhas ... tivemos que nos contentar com "picar algo".

No dia seguinte subimos para os Galayos, tal como no Puerto, o caminho começa com imensa vegetação. As subidas são no entanto mais exigentes, principalmente mais perto do refugio Antonio Victory. Apanhamos bastante gelo e tivemos que passar com muito cuidado. Perto do refugio as vistas são magnificas; ravinas enormes e uma vista soberba sobre o vale. Sem duvida um sitio a voltar.

sábado, 29 de novembro de 2008

Croacia Junho 2006



Como e quando foi.

Esta viagem realizou-se em Junho de 2006, realizava-se o campeonato de futebol na Alemanha, o que na altura nos beneficiou bastante, havia menos turistas.
A viagem foi organizada por mim e pela Lena.

Fotos da Viagem.

Aqui estão disponiveis as fotos da viagem.

Detalhe da Viagem.

Eu e a Helena planeamos esta viagem, investigamos quais os melhores sitios a visitar. Reservamos apenas 2 noites em hotel, a primeira e a ultima, ambas em Zagreb; alugamos um carro para circular.
Zagreb é uma cidade bonita, com edificios bonitos e avenidas largas. Quando chegamos estava a chover mas não estava muito frio. Deixamos o carro no hotel e apanhamos um taxi; não conheciamos a cidade e não quisemos arriscar a perder.
Tinhamos um mapa detalhado da estradas da Croácia e sabiamos que tinhamos de circular de luzes acesas, na Croácia é obrigatório.
O primeiro destino era o Parque nacional de Risnjak, para tal rumámos para a costa, tinhamos de achar um sitio para ficar. Encontramos um apartamento simpático numa pequena vila chamada Selce ... Muito simpática e pitoresca, com uma praia bonita.
Já não chovia mas o tempo estava cinzento, quando fomos à praia, arrisquei um mergulho, o meu primeiro mergulho no Adriático. A agua estava gelada.
No dia seguinte fomos ao Parque Risnjak; enorme e muito verde. É uma floresta enorme onde supostamente há ursos ... nós não vimos nenhum, mas gostamos de o visitar.
No dia seguinte fomos à ilha Krk, é uma ilha enorme e muito bonita, ligeiramente montanhosa. As praias banhadas pelo Adriatico, tem uma agua limpida e transparente, mas fria. Jantamos um belo peixe na cidade de Malinska.
No dia seguinte fomos visitar o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, que é simplesmente inacreditável, por alguma razão é parte integrante do património da humanidade. Imensas cascatas, riachos, vegetação, peixes e claro, lagos.
De seguida viajamos novamente pela costa, as vistas são espectaculares mas as estradas perigosas, muitas curvas e quando se apanha camiões é necessário ir com muito cuidado e paciência.
Estabelecemos o "quartel general" em NIN, cuja a parte antiga da cidade é uma ilha emuralhada; muito bonito. O apartamento onde ficamos era simpático e os proprietários receberam-nos muito bem.
Deste ponto visitamos vários sitios : Zadar, que é uma cidade belissima, com alguns sitios curiosos como o Orgão de mar ... este orgão é uma escada à beira mar e cujos os degraus são sustentados por ferros ocos que emitem sons quando o mar bate ... é muito giro.
De Zadar tomamos um barco que fez uma visita a várias ilhas.
Aproveitamos igualmente para visitar Sibernik.
Rumamos novamente pela costa e fomos parar a uma vila chamada Marina, alugamos um apartamento com vista sobre a Marina, muito bonito. De salientar que a estadia era baratissima, uma média de 30 € por apartamento/noite.
A comida era excelente, a carne, o peixe, as massas, pizzas e gelados ... a parte norte da Croácia tem uma forte influência de Itália. Outra coisa que era de se tirar o chapéu era o café ...
De Marina aproveitamos para visitar as montanhas de Paklenica; gargantas fabulosas, fizemos um bom trilho, sob um calor intenso.
Visitamos igualmente Trogir e Split ambas vilas muito bonitas.
No final regressamos a Zagreb onde dormimos uma noite e aproveitamos para visitar esta magnifica cidade.
Gostamos muito destas férias, os croatas são muto simpáticos e embora nem todos falem inglês, acabamos por entender-nos por gestos.
Estava a decorrer o campeonato do mundo e sempre que jogava a Croácia, era uma grande festa. Portugal ficou em 4º lugar do campeonato.
Foi na Croacia que se iniciou a nossa paixão pelo mergulho; o Adriatico é transparente, parece uma piscina. Compramos máscaras e tubos e praticamos snorkeling.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Tempestade de neve, Gredos 2006



Como e quando foi.

De volta Gredos, que diga-se de passagem é um sitio que gosto bastante.
Zona de montanha bonita, já com algum desafio e que fica perto de Portugal (a caminho de Madrid).
Esta viagem foi realizada em Fevereiro de 2006 e fui com a Lena, o Rui, a Susana e a Lurdes.

Fotos da viagem.

Para visualizar as fotos carregar aqui.

Detalhe da Viagem.

Saimos de Lisboa na sexta feira bem cedo e rumamos à fronteira, a ideia era nessa mesma tarde deixar os carros na plataforma de Gredos e subir até ao refugio. No Sabado eu eo Rui tentávamos ir ao Almanzor e depois regressavamos ao refugio e desciamos todos juntos para a plataforma. Iriamos passar a noite já em Hoyos del Espiño.
À medida que nos aproximamos de Gredos o tempo começou a piorar, mais cinzento.
Sem duvida que não tinhamos muito tempo para chegar ao refugio antes do tempo mudar. Mal estacionamos o carro, colocamo-nos a caminho, apanhamos muita neve. O vento começou a levantar-se, um vento frio e cortante. Aos poucos o trilho começava a desaparecer e confesso que estava com medo de perder-me mas confiei no instinto.
Com alguma dificuldade lá chegamos ao refugio. Fomos recebidos pelo guarda (Oscar) e a sua namorada. Estavam mais alguns espanhois no refugio.
À noite jantamos e conversamos animadamente. Lá fora o vento uivava e a neve caia abundantemente.
Sabado quando amanheceu havia muita neve, não dava para sair. Alguns espanhóis arriscaram regressar à plataforma ...
Era suposto haver mais grupos a ir para o refugio nesse dia, mas todos desistiram.
Pela rádio Oscar avisou a Guardia Civil do grupo de espanhois que tinha descido; foram descobertos, perdidos e com ligeira hipotermia.
Nós decidimos ficar mais uma noite no refugio. A Lena, a Susana e a Lurdes estavam um pouco assustadas; eu e o Rui estavamos mais descontraidos.
Estivemos o dia todo no refugio, a ler revistas e a conversar. O Oscar deu-me os pontos de GPS do trilho, para que no dia seguinte fosse mais fácil voltar.
O dia adormeceu ligeiramente melhor mas mesmo assim nevava e o vento continuava. Decidimos partir, ao nosso grupo juntaram-se dois espanhóis. O Oscar e a namorada tambem iam descer e disseram para irmos andando que depois apanhavam-nos.
Passo a passo iamos progredindo pela neve, custava imenso andar pois a neve muitas vezes chegava ao joelho. De tempos a tempos ia verificando o GPS à procura do rumo.
A parte mais dificil foi quando estavamos num desfiladeiro e tivemos que colocar os crampons; lembro-me que a Lena e a Susana estavam muito assustadas e inclusivé choraram. A Lurdes estava com as mãos um pouco congeladas pois sofre de má circulação. Eu e o Rui sempre iamos mantendo a calma.
Por fim o Oscar e a namorada apanharam-nos e ajudarm bastante no resto do caminho, sem duvida que eram pessoas de montanha ... mais tarde vim a saber que o Oscar já tinha andado pelo K2.
Aos poucos iamos progredindo até que chegamos à plataforma de Gredos, a Kangoo estava cheia de neve e deu luta tirá-la de lá mas acabou por sair.
Foi uma bela aventura.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Picos Europa, Asturias Out 2005



Como e quando foi.

Esta viagem realizou-se em Outubro de 2005. Aproveitamos para visitar a nossa amiga Beatriz.
Eu já tinha estado nas Asturias mas nunca tinha explorado a pé.
Foi uma viagem que tanto eu como a Lena adoramos; sem duvida um sitio a voltar.

Fotos da Viagem.

Para visualizar as fotos carregar aqui.

Detalhe da Viagem.

Viajamos de carro até Cangas de Onís onde passamos a noite. A Beatriz que vive em Oviedo foi ter connosco para matarmos saudades, já não nos viamos desde a Costa Rica.

No dia seguinte e depois de tomarmos um belo pequeno almoço, fomos de carro para Covadonga onde panhamos um taxi para os Lagos Enol.
Os lagos são fantásticos e à hora que chegamos, não estava ninguem ... a ultima vez que tinha estado aqui, tinha sido em 1999 e durante a Páscoa ... estava cheio de gente.
Que beleza, que tranquilidade ... estavamos desejosos de começar a caminhar.
Descobrimos o trilho e começamos o nosso percurso, basicamente era sempre a subir até ao refugio de Marques de Villaviciosa.
Depois de uma pausa para almoço, continuamos a subir até que chegamos. Que vistas, que vale espectacular. Fomos falar com o guarda do refugio que era simpático mas um pouco louco, enfim, por vezes estar isolado do mundo pode ter efeitos secundários.
Não dormimos no refugio, montamos a tenda ... viva a autonomia.
Da parte da tarde estivemos a descansar e demos um pequeno passeio pelo vale ...
Durante a noite ouvi cavalos a correr à volta da tenda, tive bastante receio que entrassem pela tenda adentro mas felizmente não aconteceu.
No dia seguinte arrumamos as coisas, tomamos o pequeno almoço no refugio e trocamos algumas impressões sobre o trilho ... "Dificil", dizia o guarda.
Lá começamos a caminhar, era sempre a descer, ao contrário do dia anterior.
Não se pense que descer é facil, as pendentes eram grandes e com muito cascalho, muito desgastante.
Ao final do dia a Lena já estava derreada e tive que a ajudar a transportar a mochila. Finalmente chegamos à ruta del cares e apanhamos a direcção de Caen.
O pouco que fizemos da Ruta del cares, era magnifico, o dia seguinte prometia.
Chegamos a Caen, algo cansados, eramos para acampar mas decidimos alugar um quarto e dar algum descanso ao corpo.
O jantar soube muito bem; esta noite sem duvida que iamos ressonar e ter sonhos bonitos.
No dia seguinte começamos cedo a fazer a Ruta Del Cares ... que bonito, aquelas gargantas, desfiladeiros, o rio Cares lá embaixo ... é indescritivel, só estando lá.
A ruta tambem é uma obra de engenharia algo macabra do tempo de Franco, foi feita por prisioneiros politicos ... houve seguramente muitas mortes.
Chegamos a Arenas de Cabrales e aproveitamos para almoçar e chamar um taxi para nos levar de volta a Covadonga.
Depois de uma grande espera pelo taxi, lá chegou e transportou-nos para Covadonga, onde aproveitamos para visitar a catedral que assinala o facto de se ter iniciado aqui a reconquista cristã face aos Mouros ... o grande heroi foi Pelayo.
Todos somos um pouco Asturianos.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cabo Verde Junho 2004



Como e quando Foi.

Esta viagem ocorreu em Junho de 2004, decorria o Euro 2004 em Portugal, tendo a equipa nacional consagrado-se vice-campeã europeia, perdendo a final com a Grécia.
Não posso considerar esta viagem como tendo sido de aventura mas sim como algo mais cultural. Infelizmente ainda não tinhamos o curso de mergulho e como tal não podemos usufruir do mar transparente de Cabo Verde.

Fotos da Viagem.
Neste link encontram-se as fotos da viagem.

Detalhe da viagem.

18 de Junho 2004 – Sexta Feira

Dormimos em casa dos meus pais pois tinhamos de estar no aeroporto às 10 Horas. Saimos cedo e fomos até casa da minha avó. Passeamos por Alvalde e tomámos o pequeno almoço.
Às 10 estávamos no aeroporto e fizemos o check-in sem problemas. Tomei o meu xanax e estava pronto para partir. O avião era enorme, o vôo era da Varig (tinha sido fretado) e depois do sal seguia para Fortaleza.
Foi uma viagem calma, chegámos a horas ao aeroporto Amilcar Cabral. Estava calor, a primeira impressão era que a ilha era árida, de certa forma lembrou-me quando tinha estado em Fuerte Ventura (Canárias).
Depois de passar pelo controle de passaportes (mais um carimbo) e de recolher as malas, uma carrinha esperava-nos para levar-nos ao hotel Belo Horizonte. Connosco vinham mais uns 30 portugueses.
A estrada entre o aeroporto e Santa Maria é boa, tinha 2 faixas para cada lado, é das unicas estradas alcatroadas da ilha.
O hotel era bom, ficámos num Bungallow (255), junto à praia.
Depois de cumpridas as formalidades e de descarregar as malas, fomos para a praia para fazer o baptimo. A água era de verde transparente e tinha a temperatura ideal – amena. Entrei sem problemas e comecei a sentir o gosto a férias.
Nessa noite almoçamos no hotel e ficamos com a sensação que os preços não eram tão baixos como pensávamos inicialmente. Um Euro vale 110 $ cabo verdianos, ou seja quase o dobro do antigo escudo português.
Comi 1 bife de atum e a Lena um caril de camarão. O preço de vida levou-nos a pensar se teriamos $ suficiente para todos os dias, não existia Multibanco e a única maneira de fazer um levantamento era através de visa.

19 de Junho de 2004 – Sábado

Levantei-me cedo e fui dar uma pequena corrida pela praia. Quando cheguei fomos tomar o pequeno almoço. A Lena estava mal do estômago, ela sabe que não deve comer camarão, mas enfim nem sempre respeita as regras.
No dia anterior tínhamos visto a anunciar umas excursões efectuadas pelo hotel e resolvemos indagar. Fomos conhecer a D. Emilia que era a promotora. Quando chegámos já estava rodeada de Portugueses.
A Emilia era portuguesa e estava em Cabo Verde à 4 anos. Falava com um grande à vontade, ia dando uns conselhos e incentivando que conhecêssemos a ilha. Eu e a Lena ficámos interessados numa volta à ilha em Pick-up, a realizar na segunda feira. Eu fiquei com vontade de dar uma escapadela ao Fogo, subir o vulcão, mas o preço era elevado.
Depois de estar com a Emilia fomos para Sta Maria que fica a 5 minutos a pé. Era uma vila simpática, a única coisa chata são os Senegalenses que estão sempre a tentar vender algo. A conversa é sempre a mesma :
“Olá Tudo bem .... Português ? ... compra, compra, mais barato, mais barato”
Que melgas !!!
Demos uma volta por Sta Maria, tirei umas fotos, comprámos fruta e visitámos uma loja de artesanato. A Loja do Lampa. O Lampa era um senegalês Rasta, muito fixe, que tinha acabado de abrir a loja. Vendeu-nos 2 quadros a um bom preço.
Era hora de ir para a praia. A agua era mesmo boa, tinha uma cor de sonho.
À tarde fomos novamente a Sta Maria e percorremos a vila de ponta a ponta. Seguimos para 1 pontão e de caminho encontrámso uma praia sem ninguem, onde decidimos tomar banho. Pouco tempo depois apareceu uma rapariga que andava na praia a apanhar conchas. Ela tinha uma cara muito bonita. Fazia-se acompanhar de um cão bébé que simpatizou bastante connosco.
De caminho passamos por uns senhores que estavam a pescar e a apanhar conchas, aliás aquela zona chamava-se a praia das conchas.
À noite fomos jantar ao Américo, seguindo o conselho que a Emilia tinha dado. O Américo é um restaurante castiço, é doa mais importante da vila. Tem um 1º andar com uma boa esplanada. É engraçado estarmos a comer e a ouvir os barulhos da rua, aqueles ruídos típicos de África.
Comemos uma boa entrada de Lapas e um magnifico arroz de peixe.

20 de Junho de 2004 – Domingo

Acordei e fui correr pela praia. Quando regressei fomos tomar o pequeno almoço e que belo pequeno almoço, até cachupa comi.
Fomos para a praia, afastamo-nos um pouco mais e procurámos uma zona um pouco mas sossegada mas mesmo assim fomos importunados pelos mitras dos senegalenses ... que melgas.
Por volta do meio dia regressámos ao quarto para descansar, esta vida de praia é muito stressante.
A Lena perdeu a chave na areia, tivemos que avisar a recepção, a solução era trocar a fechadura e custava 6000 $. Educadamente demostrei à Lena o quanto estava aborrecido por ela ser uma cabeça de alho chocho, tem uma cérebro que um túnel de vento e passa o tempo a perder as coisas. Depois de conformados tivemos a felicidade de um vizinho encontrar e devolver a chave. Como a Lena reconheceu que eu uma vez mais eu tinha razão e apesar de ter ficado ligeiramente aborrecido, decidi conceder-lhe o meu perdão, afinal estávamos de férias.
Fomos para a Sta Maria à padaria comprar o belo pão. Na padaria conhecemos um rapazinho cabo verdiano que alegava ser um surfista exímio.
Regressámos ao quarto para comer sandes de atum, almoçar todos os dias sai caro e assim resolvemos fazer umas sandes.
Era o dia do grande jogo Portugal- Espanha, a vitória tinha de ser alcançada.
Fomos novamente a Sta Maria e bebemos um licor no café cultural, muito giro este cafézito, as mesas tinham o formato das ilhas de Cabo Verde.
Regressamos ao quarto o jogo estava quase a começar. Portugal entrou e pegou no jogo criamos boas situações de golo, isto prometia.
Na segunda parte fui para Sta Maria, para a Esplanada Mateus comer uns belos petiscos e assistir à vitória de Portugal, ficamos qualificados para os quartos de final e em primeiro do nosso grupo. Grande festa em Cabo Verde.
Eu e a Lena fomos celebrar para o café cultural.
Quando regressávamos a casa acompanhou-nos um cabo verdiano (ou talvez angolano), o Emilio, era simpático. Ofereceu dois colares e eu dei-lhe 1000 $, conversámos um pouco.
Este povo é bastante simpático.

21 de Junho de 2004 – Segunda-feira.

Começava mais um dia, levantámo-nos cedo pois era dia de ir ao banco levantar dinheiro, a única hipótese era efectuá-lo através do cartão de crédito.
Tomamos o pequeno almoço no hotel, o abuso do costume cachupa e salsichas e dirigimo-nos para a Sta Maria. Fomos ao banco e levantámos 250€. Às 9:30 estávamos à porta do Novo Horizonte (ao lado do Belo Horizonte), para embarcar na pick-up, hoje era o dia de excursão.
Ficamos com um casal simpático das Caldas da Rainhas, vinham acompanhados da sobrinha e da irmã da senhora (que era mãe da miuda). A primeira paragem foi em Porto Palmeira, é uma vila piscatória com grande importância para a economia do Sal, é lá que chegam os navios carregados de bens de outras ilhas. Em Porto Palmeira estão os depósitos de gasolina dos aviões. É uma vila pobre, tal como o resto da ilha. As pessoas são simpáticas e educadas. Visitamos uma escola, onde pude distribuir rebuçados entre os miudos.
A 2ª paragem foi em Rangona, é uma piscina natural muito bonita, aproveitámos para tomar um belo banho.
De seguida fomos até Buracona, tambem é uma piscina natural, não tomámos banho pois está um pouco suja, infelizmente.
EM Buracona existe um buraco com agua e quando o sol bate aparece um azul celeste, é designado por olho azul. É um efeito surpreendente.
Os caminhos por onde andámos eram bastante áridos, trouxe-me à memória o deserto.
De caminho para Espargos, que é a capital do Sal, parámos numa zona em que se avistavam miragens, é incrível parece que estamos a ver o mar.
Cruzamos com Buggys que levantavam imensa poeira. Seguimos para Espargos onde fizemos uma pequena paragem para tomar um café.
Espargos é pobre, não gosto desta palavra, mas na realidade é assim que aos olhos de um Ocidental transparece.
De Espargos seguimos para as Salinas de Porto de Lume. Que espanto, as salinas são o Ex-libris da ilha do Sal. Explorados pelos Portugueses e depois pelos franceses que montaram um elevador para transporte do Sal para o local de embarque. Actualmente é explorado por um Italiano, o sal produzido é apenas para consumo no mercado interno Cabo Verdiano.
As salinas ficam na cratera de um vulcão e como está abaixo do nível do mar a agua infiltra-se.
É 26 vezes mais salgado que o mar e como tal o corpo flutua. Quando entramos dentro de agua se temos alguma ferida damos gritos devido ao ardor. É muito engraçado boiar sem nenhum esforço.
É preciso ter muito cuidado com os olhos pois a agua é salgadissima.
Quando saímos das salinas os corpos estavam cobertos de cristais, tvemos que ir ao mar tomar banho para tirar o sal do corpo ... parece irónico.
Finalmente fomos almoçar ...
O almoço constou de peixe + bebida + sobremesa + café. Tivemos numa amena cavaqueira com um casal na casa dos cinquentas, muito simpáticos.
Depois de almoço foi o regresso a Santa Maria. Quando cheguei ao quarto aproveitei para dormir um pouco.
À noite fomos jantar ao Américo, desta vez uma bela lagosta. Após o repasto fomos até uma casa de artesanato que pertence a uma portuguesa que está em cabo verde já à 11 anos sendo 4 deles no Sal. Explicou-nos que a ilha está praticamente entregue aos italianos e nós sentimos isso, muitos hotéis e turistas italianos. O Português investe pouco em Cabo Verde.
Confessou-nos igualmente que o preto não gosta de trabalhar, a filosofia de vida é deixar-se estar tranquilamente.
A loja tem produção própria, alberga 20 trabalhadores e o salário médio é 18 Cts. Fiquei admirado pois o nível de vida é alto, um quarto em Santa Maria pode custar 25 Cts.
Relativamente aos Senegalenses que andam nas ruas a impigir artesanato, a invasão não é vista com bons olhos, cada vez começam a invadir mais lojas e vendem produtos que não são produzidos em Cabo Verde. A relaidade é que els são uns grandes melgas.
A loja de artesanato está com muito bom gosto e tem bonitas peças.
Acabámos a noite no café cultural a beber um licor de Maracujá.


Demorei bastante tempo a escrever os restantes dias de Cabo Verde e como tal já bastantes pormenores apagaram da minha cabeça.
Pelo que me recordo os últimos dias foram bastante bons, conhecemos um português que tinha uma loja de aluguer de veiculos todo o terreno e fomos com ele conhecer a praia onde as tartarugas vão desovar e algumas delas morrem, visitamos alguns oásis e a praia de ponta preta onde se realiza um famoso concurso de Wind surf.
O Eduardo, assim era o seu nome fez-nos um preço especial para um jeep Samurai e fomos passear para umas belas praias desertas que ele nos tinha indicado, foi fantástico.
Os ultimos dias foram de grande festa pois Portugal jogou várias vezes e venceu sempre, eu e a Lena acompanhávamos os jogos num restaurante bastante animado.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Madeira a pé, Junho de 2004



Como e quando foi.

Nunca tinha ido à Madeira e aproveitei o facto de a papa-leguas estar a organizar pela 1ª vez uma travessia e aproveitei. O amigo Rui foi comigo.

Esta viagem realizou-se em Junho de 2004.

Fotos da Viagem.
Para visualizar as fotos carregar aqui.

Detalhe da Viagem.
9 de Junho de 2004 – Quarta feira

Passei o dia a trabalhar, ansioso que chegassem as 18:00 para ir-me embora. O combinado era estar às 19:30 no aeroporto da Portela, antes tinha de passar em casa da minha avó para apanhar a mochila.
Fui o primeiro a chegar, o ponto de encontro era no bar. Passado um pouco começaram a chegar os outros participantes, o espirito era de euforia.
Tomei o xanax da praxe e quando estávamos todos, seguimos para o check-in.
O vôo correu bem e foi curto, cerca de uma hora e 15 minutos. Éramos um total de 23 pessoas, a média de idades devia rondar os 35 anos.
Quando chegámos ao aeroporto do funchal tínhamos uma carrinha à espera, que nos transportou até Porto cruz.
É uma aldeia pequena mas simpática, ficámos na pensão “encosta”, não é nada de especial mas tem uma bela vista para o mar.

10 de Junho de 2004 – Quinta feira

Acordei eram 7 da manhã, o Rui, com que eu partilhava o quarto, ainda dormia. Dirigi-me à varanda e fui brindado com um belo nascer de dia. De um pulo apanhei a máquina e “congelei” numa foto aquelas cores matinais.

De seguida efectuei alguns exercícios respiratórios de Yoga.
Eram 8:15 quando tinha uma torrada na mão, estávamos a tomar o pequeno almoço, pouco depois chegou o Jorge Rosas, o guia.
Saímos em 3 carrinhas em direcção à ponta de S.Lourenço.
Tivemos um pequeno briefing e começamos a caminhar, esta primeira parte era árida, como estávamos junto à costa, os nossos olhos eram brindados com belas falésias, a cor da agua era muito bonita.

Chegámos à ponta de S.Lourenço e subimos à parte mais alta, a vista era soberba.

Quando descemos fomos tomar um belo banho a uma pequena praia rochosa.
Voltámos à carrinhas pelo mesmo caminho, o nosso ritmos de andamento era bom.
O dia estava quente e o sol brilhava fortemente.
O almoço foi servido numa aldeia ali perto, num restaurante chamado Amarelo, comemos uma bela sopa de peixe e pudim de maracujá.Depois de almoço fomos a um miradouro de onde se avistava Machico e o aeroporto do Funchal.

A caminhada da tarde foi através de uma levada – São canais que transportam a agua – foi um percurso bonito, culminado com uma bela banhoca na praia em Porto Cruz.


11 de Junho de 2004 – Sexta feira

Segui o ritual do dia anterior, acordei às 7, tirei uma foto do nascer do dia e fiz exercícios respiratórios.
Quando descemos para o pequeno almoço levámos as mochilas pois esta noite seria passada noutra localidade.
Este era o dia mais longo de Trekking, era igualmente o mais difícil pois era um percurso de montanha.
Fomos de carrinha até ao Pico do Areeiro . As vistas eram fenomenais, parecia que estávamos nos Andes, nem faltavam os peruanos a tocar flautas e a vender CD’s.

O pico do areeiro tinha um miradouro e um restaurante, onde aproveitámos para fazer as ultimas necessidades, antes de iniciarmos a caminhada.
Começamos a andar ... o trilho estava muito bem sinalizado, de um lado e de outro tinhamos enormes paredes rochosas, que espectáculo.
De vez em quando aparecia um túnel e tínhamos de colocar o frontal.
Mais uma vez fomos presenteados com um belo dia de sol, o calor apertava e o suor escorria pelos poros.O nosso objectivo antes de almoço era atingir o pico ruivo. O Jorge Rosas, o guia, era um pouco chalado e falava pelos cotovelos. Hoje tinhamos a companhia de outro senhor, o Alberto que era um senhor, na verdadeira concepção da palavra. Tinha um bom andamento, tendo em conta que tem 80 anos

Chegámos ao pico ruivo, que proporciona belos cenários acima das nuvens. Este foi o local escolhido por mim, pelo Luis, pelo Miguel e pelo Rui para comer o pic-nic que tinha sido distribuído pela organização

Da parte da tarde, depois de um café no refugio de montanha, começamos a nossa senda para a encumeda.
O grupo da frente constituído pelo Jorge Faca, Luis , Carlos e Clemente, partiu com meia hora de avanço.
Não sei quem teve a ideia, mas alguém sugeriu irmos a correr para os apanhar. Eu o Luis e o Rui desatamos a correr, parecíamos uns tontos. Não era fácil ir num ritmos rápido tendo em conta que tínhamos mochilas, maquinas fotográficas e que fazia calor. Rápidamente apanhámos o Carlos, continuamos a corrida ...

O rui ficou para trás, cansado, eu e o Luis conseguimos apanhar o Clemente. O Luis prosseguiu, eu resolvi ficar com o Clemente, estava cansado e necessitava de recuperar.
Pouco depois apareceu o Rui, eu já não esperava vê-lo. Passado 5 minutos ele decidiu ir no encalço do grupo da frente, a mim já não me apetecia correr mais.
Ainda apanhámos o filho do Clemente e fomos os 3 juntos durante um tempo. Apeteceu-me arriscar, comecei a acelarar o passo, ia tentar apanhar o grupo da frente. De vez em quando ouvia as vozes deles, mas não os consegui apanhar. Andei uma hora e meia sózinho. O percursso era bonito, por vezes a vegetação era bastante densa.
Cheguei à pensão da Encumeada 30 minutos depois deles, foi um belo Trekking.
De referir que o ultimo grupo, onde se inclui o Jorge Rosas, chegou 3 H 30 minutos depois de mim.
Nessa noite fui jantar ao funchal com a minha amiga Madeirense, a Benedita. Foi bom pois aproveitei para conhecer a capital. O Funchal é grande e tem muitas casas na encosta. Existe bastante oferta turistica na cidade, nomeadamente hoteis de luxo.
Comi umas belas lapas grelhadas e um bife de atum.

12 de Junho de 2004 – Sábado.

Começava mais um dia, as pernas doíam um pouco, o dia anterior tinha sido duro ... mas divertido.
A pensão onde tínhamos ficado tinha uma vista bonita sobre a serra. O pequeno almoço era soberbo.
Apanhámos as carrinhas e partimos para a serra, o dia de hoje ia ser passado a fazer levadas.
E começamos com muita agua, umas cascatas belíssimas que iam aparecendo.
O grupo fragmentou-se, o grupo onde eu ia inserido foi afastando-se do grupo do Jorge Rosa.
O caminho era bonito, de vez em quando aparecia uma cascata. Eu o Luís e o Miguel não resistimos e decidimos tirar a roupa e desfrutar da bela agua que jorrava da parede. Que belo banho.

O 2º grupo não aparecia e nós continuamos a caminhar. Chegamos a um ponto onde o caminho bifurcava e resolvemos esperar pelo 2º grupo. O Luis ouviu uma mensagem no telemóvel a explicar que devíamos ter subido a serra. A principio pensávamos que ele estava a gozar, mas depois apercebemo-nos que tínhamos mesmo de voltar atrás.
Assim fomos, todos contentes .
Demos com o sitio onde supostamente devíamos ter subido. Esperamos um pouco pelas pessoas que ficaram para trás.
Começamos a subir, tinhamos uma bela vista pois estávamos acima das nuvens.
Chegamos ao sitio do almoço, eram para aí 12:10 e foi aqui que a coisa descarrilou. O Luis da papa-leguas levou nas orelhas do Artur. O guia Jorge Rosas armou-se em parvo e começou a barafustar com o facto de nos termos afastado.
Foi uma cena despropositada e que caiu um pouco mal, enfim ...
Almoçamos espetadas em pau de loureiro e bolo do caco.
Da parte da tarde o moral estava um pouco em baixo. Passamos por zonas belíssimas, com cascatas espectaculares, no entanto não podíamos tomar banho pois estávamos a fazer a digestão.

Saí mais cedo do passeio, juntamente com algumas pessoas pois hoje começava o Euro 2004 e queriamos ir ver o jogo inaugural Portugal – Grécia. Miséria, perdemos e jogamos muito mal. Os Gregos tinham um futebol horrivel.
Mais tarde este jogo viria a repetir-se na final : Portugal – Grécia. Mais uma vez os gregos demonstraram o seu futebol horrível e ganharam por 1 : 0

13 de Junho de 2004 – Domingo.

Chegou o ultimo dia, pela frente ainda tínhamos mais duas caminhadas. As pernas acusavam alguma dor.
Iniciamos o dia com uma descida de 6 Kms muito bonita por uma zona de vegetação densa, no entanto o trilho era largo.
Quando apanhamos a levada no fim da descida, voltamos a reagrupar, mais uma vez o Jorge Rosa tinha ficado para trás.
Partiu um grupo à frente onde ia inserido o Rui, eu segui no segundo grupo juntamente com o Luís.
O caminho tinha bastantes túneis e alguns deles com agua, finalmente os impermeáveis foram solicitados.
A meio do caminho para as piscinas de Porto Moniz parámos para comer.
Após a refeição eu e o Luis partimos à frente e apertámos o passo. Chegámos aos carros. Os motoristas levaram-nos para as piscinas. Foi óptimo acabar a caminhada a tomar banho em piscinas naturais.
Os dias passaram rápidos mas o objectivo estava cumprido.




domingo, 23 de novembro de 2008

Gredos - Abril de 2004 (Subida Almanzor)



Como e quando Foi.

Esta viagem realizou-se em Abril de 2004, nela participaram os meus amigos Rui e Luis, aos quais se juntou a Beatriz das Asturias e o Gustavo de Madrid.

Fotos da Viagem.
Carregar aqui para ver as fotos

Detalhes da viagem.

Sexta Feira 23 de Abril

Finalmente era Sexta-feira, o material estava todo pronto e arrumado no carro. À hora de almoço ainda passei pelo Jumbo para comprar tintol para o fim de semana.
Sexta à tarde praticamente não tive nada para fazer e contava o tempo que faltava até às 5. Finalmente chegou.
Encontrei o Rui e lá fomos de caminho, não apanhamos muito transito na ponte. O Luis teve de sair mais tarde de Lisboa e ficou de ir ter connosco a Elvas.
Nunca tinha estado em Elvas, confesso que gostei, muito bonito, fiquei com vontade de regressar para conhecer melhor.
O Luís chegou e jantamos num restaurante chamado “O Assado”, comemos muito bem – Pernil de Porco.
A Viagem na NV correu bem o problema foi quando saímos para Gredos, era noite, estávamos cansados e não foi fácil encontrar Hoyos del Espino. Chegamos !!! o parque de campismo era espectacular, estava aberto mas sem ninguém. A Beatriz já tinha chegado e estava na tenda do Gustavo.
Eu o Luís e o Rui montámos as tendas e fomos dormir.

Sábado 24 de Abril

O despertar foi por volta das 8, depois de muitos abraços e do pequeno almoço, saímos para a plataforma de Gredos, a vista da serra era muito bonita.
Começamos a subir, por enquanto sem neve. A cor da rocha era amarela, devido a alguns fungos, conforme íamos subindo a paisagem ia melhorando ... finalmente neve !!!Paramos num vale muito bonito, para tirar fotografias, comer e descansar um pouco. Começamos a descer e chegamos a uma parte cheia de neve e que iniciava a subida, era tempo de colocar os crampons. Com as botas novas foi mais fácil colocar crampons, mesmo assim tive um problema ao principio, os crampons saíram. A Betriz trazia umas “amarras” que me ajudou a ajustar, a partir daí já não tive mais problemas.
Na entrada do vale do refugio estava um grande lago gelado, a vista era surpreendente. Avançamos com cuidado pois estava calor e o gelo podia derreter, não me apetecia tomar banho em agua gelada.
Parámos no refugio para comer, a boa disposição imperava. Mal terminamos a refeição, iniciamos a ascensão, a primeira parte foi fácil e suave. Iniciamos então uma parte com uma inclinação e extensão de respeito, o caminho seguia para a direita e depois para a esquerda, nesta segunda curva a inclinação aumentou. Cheguei lá acima cansado ... quando chegamos tivemos uma boa supresa, a subida final até arrepiava, era 200 mts com inclinação superior a 50% ...
O Gustavo e o irmão estavam em excelente forma fisica mas decidiram não arriscar subir. O Luis ia à frente e eu em segundo, ele emprestou-me 1 bastão, o que me ajudou bastante. Tivemos que ir com cuidado e usar bastante o piolet, os ultimos 3 metros até arrepiavam, mas chegamos lá acima ...
A vista era excelente, bonita, maravilhosa, tirei imensas fotos. Um pouco depois chegou o Rui e os 2 espanhóis, ficamos no cume 15 minutos. Agora era tempo de descer e não era pêra doce. Fomos muito devagar e sempre a usar o piolet. O caminho até ao refugio foi cansativo, mas chegamos radiantes.

sábado, 22 de novembro de 2008

Marrocos - Atlas Fev 2004


Guerraman e Nuno Guimas no Alto do Toubkal

Como e quando foi.

Esta viagem ocorreu em Fevereiro de 2004 e foi organizada pela Papa-leguas.
Convenci o meu amigo Nuno Guimarães a acompanhar-me, de certeza que iria ser divertido.
O Nosso grupo era constituido pela Lurdes Ferreira e pela Beatriz (Espanhola). Fiquei com uma boa amizade com ambas. A Beatriz mais tarde acompanhou-me a mim e à Lena no passeio da Costa Rica.

Fotos da Viagem.
Pode-se visualizar as fotos aqui.

Detalhe da Viagem.
20 de Fevereiro de 2004

Levantei-me às 5 da manhã, as férias começavam cedo, vesti-me e fui apanhar um taxi em Entrecampos. Eram 6:05 quando cheguei ao aeroporto, tive de esperar 10 minutos pelo Nuno, fomos para o guichet e foi fácil reconhecer a Lurdes – Já tinha trocado uns mails com ela, por isso já tinhamos uma ideia de como iríamos vestidos. A amizade foi rápida e certeira.
O avião partiu à hora correcta, era pequeno, um verdadeiro teco-teco. Um dos nossos companheiros de viagem era o ilustre seleccionador nacional ->
Foi giro voar num avião em que o cockpit está exposto.

Quando chegamos a Casablanca ficamos à conversa num café, foi tão agradável e motivante que acabamos por fazer o Check-in tarde e deparamos com over-booking. As malas já estavam no avião e seguiam para Marrakesh, a solução dada pela Regional Airlines foi fornecer um taxi até Marrakesh e fomos todos contentes a ouvir musica marroquina.
Quando chegamos a Marrakesh fomos para o aeroporto para levantar as malas.

A aventura do dia não terminava por ali, o passo seguinte foi procurar o Hotel o que não foi fácil e para mais tínhamos o nome e morada errada.
A noite acabou bem, encontramos o hotel e jantamos bem, ainda faltava a nossa colega espanhola – Beatriz – que chegou por volta das 23:00


21 de Fevereiro de 2004

Tomamos o pequeno almoço e saímos do hotel por volta das 9:30, o plano de viagem foi alterado pois tinha nevado muito e não era possivel ir para a estancia de SKI. A nossa Hiace levou-nos para Asni, aldeia um bocado estranha, cheia de vendilhões, o objectivo era apanhar o guia – Lhacen. Tivemos de andar mais um pouco e fomos ter a uma casa, onde estavam as mulas e os carregadores à nossa espera, tomamos um chá e iniciamos a nossa viagem.

Começamos a subir por uma aldeia, à nossa volta as primeiras imagens do Marrocos profundo, o povo Berbere.
O dia não estava nada bonito e começou a chover, o tempo não era propicio para as fotografias. Estivemos quase sempre a subir, até que chegamos a um estradão, foi então que começou a queda de granizo. Eu ia tirando algumas fotos mas duvidava um pouco da qualidade das mesmas, a paisagem era bonita e o risco valia a pena. Estava um pouco em sofrimento pois tinha uma mochila às costas de 45 L, que se tornava mais pesada com a chuva.

Chegamos a uma aldeia Berbere onde ficamos, segundo o Lhacen ainda tínhamos mais meia hora de caminho mas o tempo não convidava, como tal iríamos parar por ali.
Fomos muito bem recebidos, para mim não era supresa pois já conhecia a hospitalidade Berbere, tiramos a roupa molhada e comemos Barras energéticas para enganar a fome. Rápidamente fomos presenteados com chá, ou não estivéssemos num pais muçulmano.
O almoço foi uma bela salada que saboreamos com prazer.
Após a refeição fomos convidados a ir para a cozinha, onde fazia mais calor, ali podemos presenciar como vive uma familia berbere, as crianças ficaram encantadas com a nossa presença e deliraram com as maquinas fotográficas.

Pelo meio da tarde demos um pequeno passeio pela aldeia, à noite o jantar foi maravilhoso, não só pela comida assim como pela conversa que se manteve.
Fomos dormir cedo, o quarto não tinha nada, apenas os nossos colchões , não se ouvia um único barulho, até que a Beatriz resolveu começar a ressonar.

22 de Fevereiro de 2004

Acordamos às 5 da manhã com o som das orações, é um dos privilégios de se estar num pais muçulmano. Levantamos por volta das 7, era uma benção, o dia estava lindo, azul e com bastante sol. Uma das minhas tradições biológicas é de manhã “limpar” o estômago e como tal usufrui das belas casas de banho da habitação, um buraco negro no meio do chão, num cubiculo sujo e sem iluminação.
Tomamos o pequeno almoço no terraço, com a bela vista das montanhas nevada e da bela aldeia Berbere.

Começamos a andar cedo, conforme nos iamos afastando disfrutavamos da beleza da aldeia Berbere, no topo uma série de anciões estavam reunidos, vestidos de belas Jilabas coloridas.

Diante de nós estavam montanhas imponentes cheias de neve, era para lá que nos dirigíamos. Quando começamos a subir a paisagem era a cada passo mais bonita, umas gargantas bonitas, tudo cheio de neve. De vez em quando passava outra excursão, a ultima das quais trazia familiares do Lhacen. O seu filho, o pequeno Mustafá, acompanhou-nos até à casa de seu pai que ficava num vale muito bonito.
A casa era grande e moderna quando comparada com o estilo de vida da aldeia. Fomos almoçar no terraço que tinha uma vista magnifica sobre o vale e montanhas que rodeavam a aldeia.
Mais uma vez fomos presentados com a bela gastronomia Marroquina – Tangine com uma omolete de vegetais.
Passamos o resto da tarde a apanhar sol e a descansar.
De noite a Beatriz dormiu num quarto separado do nosso, era o preço de ressonar.
A aldeia onde estávamos chama-se Mizik.

23 de Fevereiro de 2004

Saímos cedo de casa de Lhacen depois de 1 belo pequeno almoço, a aldeia começava a sua labuta matinal, as crianças iam para a escola os homens trabalhavam nos campos, enquanto as mulheres passeavam o gado.
Começamos a subir por um caminho de Terra batida, ao fundo avistávamos o maciço do Toubkal. Passamos por uma aldeia e após um breve terreno plano cheio de pedras, começamos novamente a subir, fomos ter a um trilho que seguia ao longo de um rio. Chegamos a uma pequena ponte que iniciava uma nova subida, antes de começar a subir paramos num grupo de pequenas lojas para beber um chá.
Agora começava a parte difícil, um caminho curto que serpenteava pela montanha, estávamos no meio da neve e as mulas não podiam subir mais, as malas iam ser transportadas por carregadores. A acompanhar a nossa subida vinha um grupo grande de Ingleses, a meio do caminho eles ficaram para trás.

A vista era maravilhosa, montanhas carregadas de neve, simplesmente inacreditável. O nosso progresso era feito lentamente pois a neve estava muito fofa. O Ali ia um pouco depressa de mais e a Beatriz e a Lurdes ficavam um pouco para trás. Pelo caminho ainda deparamos com algumas encostas que tiveram de ser subidas a Piolet.

Finalmente o refugio, estávamos tão cansados que depois de almoço eu e o Nuno fomos para o quarto dormir.

Jantamos cedo e fomos novamente dormir, ou melhor tentar pois num quarto com 16 pessoas o barulho é mais do que muito


24 de Fevereiro de 2004

O despertador tocou às 6 e saímos da cama para ir tomar o pequeno almoço, o objectivo era subir o Toubkal, o Ali apareceu mas as noticias não eram boas, o tempo estava terrível, nevoeiro, um vento forte e nevava, desta forma era impossível tentar subir, a única solução era esperar.
O tempo não melhorava e como não havia nada para fazer almoçamos por volta das 11 da manhã. O Ali questionou-nos se pretendíamos ficar ou ir embora, naquelas condições descer também não era fácil.
Resolvemos ficar, os carregadores de todas as formas subiram para ir buscar as malas, só ficamos com o essencial para subir ao Toubkal.
Passamos a tarde toda na risota, ao final do dia o tempo parecia melhorar como tal saimos para tiramos algumas fotos.


Fomos surpreendidos com algumas mensagens de preocupação tanto da Luisa, namorada do Nuno, assim como da Lena, ao que parece houve um terramoto em Marrocos, nós não nos apercebemos de nada.
Fomos cedo para a cama, desta vez tínhamos de dormir.


25 de Fevereiro de 2004

Embora não tenha dormido a noite toda, sempre fui passando pelas brasas. O despertador tocou eram 6:30, levantamo-nos e tomamos o pequeno almoço. O dia estava longe de estar perfeito ou bonito, estava nublado mas mesmo assim íamos tentar.
Começamos a subir lentamente, a neve estava muito frouxa o que dificultava o passo. Iniciamos a primeira verdadeira inclinação, o Ali alertou para o perigo de alvalanche e como tal íamos com muito cuidado. Ali seguia à frente com Nuno eu estava um pouco mais para trás e de seguida vinha a Beatriz. Terminda a primeira parte inclinada, tivemos de calçar os crampons pois o terreno tinha muita inclinação e o trilho era muito curto, era a 1ª vez que usava este tipo de equipamento mas confesso que não foi difícil a habituação. A subida era difícil, o vento soprava por vezes forte e tinha começado a nevar, os meus passos eram lentos para não me cansar. De vez em quando parávamos, A Betriz tinha “perdido” um crampom e seguia vagarosamente. Eu estava preocupado com ela pois o esforça estava a ser demasiado. Finalmente chegamos aos 4000 mts, a Beatriz não aguentava mais e ficou ali, eu tambem estava bastante cansado mas decidi continaur. O vento não dava trégua, parecia uma faca cortante, o coração saia-me pela boca e tinha que dominar o cansaço. O pico nunca mais chegava embora já tivesse sido avistado, estava quase, estava quase ... pouco antes de chegar tinha uma ligeira sensação de desmaio mas consegui conter-me, estava no cume.

Após abraços e cumprimentos, sentei-me para descansar e recuperar as forças, estava emocionado.
Tiramos as fotos da praxe e começamos a descer, estava muito frio ali em cima, já não sentia as mãos nem a cara, nestes momentos pensava muito na Maria e na Lena, como desejava estar com elas.
Começamos a descer, recuperei as forças e o animo, o Ali pediu a um guia para ir connosco enquanto ele ia mais depressa socorrer a Beatriz, quando chegamos perto dela que felicidade. A descida demorou muito menos tempo mas também não foi pêra doce, passamos grandes inclinações, quando chegamos ao Refugio cumprimentamos a Lurdes e fomos almoçar que nem uns desalmados ... claro que não podia faltar o chá.

A aventura não acabava por ali, depois de almoço descemos do refugio para a aldeia do Lhacen, ainda foram 12 Kms, a maioria em neve. Chegamos à aldeia por volta das 19, tinhamos andado desde as 7 da manhã às 19 da noite, foi um dia violento mas espectacular.


26 de Fevereiro de 2004

O dia acordou um pouco cinzento, era o ultimo dia de caminhada, tomamos o pequeno almoço e demos uma volta pelas aldeias circundantes, a paisagem era magnifica e aproveitamos para tirar fotos. Por volta das 13 fomos para casa pois chovia bastanta, ali ficamos o resto do dia, fazia muito, muito frio.


27 de Fevereiro

Acordamos por volta das 7, a aldeia estava toda nevada, tomamos o pequeno almoço, tiramos as ultimas fotos e fomos apanhar o Jeep que estava à nossa espera, fomos até Marrakesh, dai apanhamos o voo para Casablanca e depois para Lisboa.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Deserto Sarah Abril 2003



Como e quando Foi.

Tenho um carinho especial por esta viagem, não só pela beleza e exotismo do deserto mas porque foi a minha primeira grande viagem de aventura.
A Helena nesta fase ainda não me acompanhava em aventuras, por isso fui sózinho.
A viagem foi organizada pelas rotas do vento; eu não conhecia as outras pessoas do gupo.
Ocorreu em Abril de 2003

Fotos da viagem.

Para ver as fotos carregar aqui.

Detalhes da viagem.

Dia 24 de Abril 2003.

17:45 Aqui estava eu no aeroporto da Portela, a primeira prova estava superada, passar o checkin. Nunca tinha utilizado o meu passaporte e embora este estivesse válido relativamente à data, os dados que nele constam já não eram reais, continuava solteiro e a viver na Costa da Caparica.
Estou sozinho, pelo que pude apurar na fila de checkin o avião vai bastante cheio, observei para tentar desvendar alguém que tivesse ar de ir viajar pelas rotas dos ventos. Estava desconfiado de um trio e estava indeciso em meter ou não conversa.
O voo foi difícil, crianças a chorar, pais a ralhar .
Estava um pouco nervoso pois ainda não tinha contactado ninguém e voava sózinho em direcção a Tunis.
Chegámos, mais uma vez passei pelo controlo policial, quando cheguei cá fora suspirei de alivio pois estava um Tunisino com um cartaz a dizer rotas dos ventos.
Acertei no trio, eles faziam parte da expedição : A Cláudia que viajava sozinha e que pela 1ª vez se aventurava numa coisa deste género, o Alexandre, um veterano já com muitas expedições em cima do corpo, e a Teresa a sua companheira.
Chegou ainda a Antonieta (a meu ver um pouco gorda para este tipo de coisas) e a Benedita da Madeira, que por coincidência conhecia o Alexandre.
Faltava ainda uma pessoa que nunca chegou a aparecer, perdeu o avião devido ao overbooking.
Rumamos num mini autocarro para Tunis, cidade moderna, avenidas largas, nas ruas só avistávamos homens ou não estivéssemos num país muçulmano.
Depois de deixarmos as malas no Hotel fomos passear por Tunis, conhecer um pouco da Capital.
Tive de reparti quarto com a Claudia e a Benedita com a Antonieta, de nada serviu o suplemento individual que tínhamos pago.

25 De Abril 2003.

O dia começou cedo, eram 5 quando tocou o despertador e a Claudia foi para o banho. Às 6 estávamos todos a tomar o pequeno almoço e prontos para ir apanhar o avião para a ilha de Djerba.
A caminho do aeroporto, Claudia descobriu que tinha perdido os bilhetes, isto originou uma pequena confusão, ela teve de correr o aeroporto todo, mas conseguiu apanhar o avião.
O avião era pequeno e com hélices.
Chegamos ao aeroporto de Djerba que está a ser ampliado. Carregamos as malas numa furgoneta e estávamos prontos para partir para Douz, a ultima aldeia antes do deserto.
A maneira de conduzir é irreal, andam depressa e completamente colados ao carro da frente. Em caminho iamos passando por várias aldeias. As casas por pintar, algumas tinham a parte de baixo pronta mas a de cima por construir, tudo com aspecto muito sujo.
Passamos por Matmara , onde estão as casas dos Trogloditas, ou sejam casas que ficam num buraco e que estão escavadas na rocha, muito bonito.
Chegamos a Douz, a fome já apertava, fomos conduzidos para um restaurante onde comemos uma refeição magnifica, cous-cous com carne de cabrito, estava de lamber os dedos.
Douz é uma vila bonita, de comercio e expedições ao deserto, no restaurante onde comemos estavam expostas várias fotos do Rally da Tunisia, onde tinha participado entre outros o Fabrizzio Meoni.
Depois do almoço rumamos a um suk, ou seja o mercado, onde fomos comprar algumas souvenirs e os panos para colocar na cabeça para proteger do calor do deserto (Cheche)
Era hora de partir, apanhamos o jeep que durante 70 KMs, ou seja hora e meia nos conduziu ao deserto. O caminho foi divertido e por momentos sentimos o que é participar no Paris- Dakar.
Chegamos ao acampamento onde esperavam os nossos 3 guias, o Mehid, o Lamine e o Ali.
Quando saimos do carro, a Benedita vacilou um pouco e esteve a ponto de se ir embora, o deserto é assim causa um choque para quem não está preparado, a sua imensidão, o seu calor, o seu aspecto selvagem e duro ... cada vez me sentia mais entusiasmado, era para isto que eu tinha vindo.
Que silêncio, que areia maravilhosa, fina, fina, no final do dia com o pôr do sol parecia ouro.
A magia estava montada.

Dia 26 de Abril de 2003.

A noite foi espectacular, jantar mágico, comida muito boa acompanhado de conversa, chá e musica. O céu que cobria as nossas cabeças era impressionante, nunca vi tanta estrela junta, inclusive viam-se os satélites a passar, estávamos no hotel das 1000 estrelas, como diziam os beduinos.
Custou-me um pouco a adormecer, sentia bichos à minha volta e tinha medo que aparecesse algum escorpião.
Às 4 da manhã apareceu a lua e às 5 era de manhã, incrível, por volta das 5:15 o lamine já tinha a fogueira acesa para fazer pão e aquecer o chá. Por volta das 6:30 já estávamos a andar, a aventura do deserto começava.
Andamos durante 2 horas, o cenário era indescritível, dunas douradas, parecia o mar mas de areia. Tivemos de parar para descansar pois o calor apertava e embora não se notasse estávamos a perder imensos líquidos. No deserto é imperativo beber muito para que o corpo não desidratar.
Por volta das 11:30 paramos para almoçar, não se pode andar mais a partir desta hora pois o calor atinge o seu pico e o calor é fustigante.
Procuramos uma giesta e os guias montaram uma sombra colocando uma manta sobre os ramos da giesta. São incríveis os beduínos que nos acompanhavam, humildes, gentis, uns verdadeiros reis do deserto.
O almoço foi uma sopa de tomate, estava saborosa, repetimos várias vezes. Teminámos com chá verde, forte, forte e com muito açúcar, o corpo agradece.
Era agora a hora da sesta, que é dificultada pela quantidade de moscas insuportáveis que poisavam nos nossos corpos à procura de relaxe.
O meu corpo é um relógio e claro está esteja no deserto ou na cidade, depois de almoço é mais que certo que tenho de “largar lastro”, assim foi, procurei uma duna e aliviei o estômago sobre 40º Centigrados de sol e areia escaldante, memorável.
Iniciamos a marcha, eu e a Cláudia fomos sempre à frente e numa amena cavaqueira. A Antonieta começou a ficar para trás exausta e tivemos de fazer algumas pausas para descansar.
Os nossos guias – Ali, Mehid e o Lamine, decidiram atribuir ao cada um dos membros do nosso grupo nomes árabes, esta foi a distribuição :
Cláudia – Aharlam
Benedita – Saida
Alexandre – Kaled
Teresa – Garda
Antonieta – Leila
Eu – Said


27 de Abril de 2003.

Mais uma noite mágica, o jantar foi fanstástico : Cous-cous (que eu adoro), falamos bastante pela noite dentro, descobrimos que este povo é mesmo fantástico, simples humildes, simpáticos e completamente fascinados pelo deserto, onde se sentem livres e independentes.
Já dormi melhor, mas mesmo assim não consegui dormir a noite toda seguida. Os camelos como não foram recolhidos durante a noite, afastaram-se imenso e de manhã o Ali demorou cerca de uma hora a recolhe-los. Partimos às 6:30 depois de tomar o pequeno almoço e de reabastecer os nossos cantis com agua. A caminhada a esta hora faz-se sem problemas pois está mais fresco, já há bastante luz mas o calor ainda é suportável. De inicio não apanhamos dunas, começamos por apanhar um solo com algum cascalho, o que facilitava a nossa marcha, estavamos a progredir bem e a bom ritmo.
O Lamine decidiu ir rezar e passou-me os camelos para a mão enquanto procurava um sitio sossegado para efectuar as suas preces, tive assim o privilégio de ser um cameleiro durante algum tempo. Os camelos têm um cheiro horroroso, principalmente quando soltam gases, o que é uma constante nestes animais. São contudo uns animais surpreendentes, são resistentes e duros, não é pera doce andar carregado sob o sol intenso e sem beber agua durante vários dias, um bom camelo pode durar 17 anos nesta vida.
Estavamos numa parte árida de solo um pouco rochoso, pelo caminho cruzámos-nos com Argelinos que regressavam ao seu pais, segundo o Mehid, a viagem pode levar 1 mês.
As mulheres vêm à frente com as cabras e homens ficam para trás com os camelos. Encontrámos 3 mulheres, uma delas com um bebé de dias, que coisa incrivel, uma criança recém nascida sob uma calor intenso.
Oferecemos pacotes de bolacha, chocolates,a gua. Todos estes presentes foram bastante apreciados.
Às vezes queixamos da vida dura que temos, mas realmente não conhecemos outras realidades, esta viagem sem duvida que me ajuda a crescer interiormente.
Parámos para almoçar por volta das 11, ajudei a descascar batatas, hoje o almoço foi uma bela salada com o tradicional chá verde.
Mais uma vez depois de almoço fizemos várias tentativas frustradas de dormir sob calor intenso e um batalhão de moscas que não nos largavam.
Iniciamos a caminhada por volta das 16:00, agora sim apanhámos dunas a valer, enormes gigantescas, imponentes. Eu delirava, imaginava-me a surfar num imenso mar, não conseguia parar de sorrir.
Avistámos 2 mesetas ao longe, que embora parecessem perto, estavam a 4 dias de viagem.
Acampámos por volta das 18:30, quando o sol começava a desaparecer. Depois de paramos eu e o Alexandre iamos procurar lenha para a fogueira.

28 de Abril de 2003.

Hoje foi o dia que iniciamos a caminhada mais tarde, durante a noite os camelos afastaram-se bastante e foram até um poço beber agua, poço esse para onde nos iamos dirigir.
Apanhamos estepe pelo caminho, o que imprimia um bom ritmo à caravana , rapidamente chegamos ao poço. Confesso que imaginava outra coisa, o poço era um buraco no chão. Os camelos foram os primeiros a beber, depois enchemos os Jericans que estes transportavam. Enquanto permaneciamos no poço iam aparecendo argelinos com os seus rebanhos de cabritos.
Eram duas famílias, com as respectivas mulheres e crianças.
Decidimos comprar um cabrito para o jantar e como tal iniciamos as negociações, sim porque no deserto também se regateia. Os Argelinos como viram que nós eramos turistas acabaram por vender o cabrito um pouco mais caro que o normal, esta gente tem tão pouco que não custa nada dar-lhes um pouco de dinheiro para os alegrar. Escolhemos o cabrito e seguimos viagem
O Mehid foi montado no dromedário com o cabrito a seu colo.
Depois do poço começou a estepe, a meio do caminho chegamos a umas mesetas onde fizemos uma breve pausa, eu e Alexandre decidimos subi-las para ver como era a vista. Incrível, pudemos apreciar a imensidão do deserto.
Por volta das 11:30 parámos para almoçar, mais uma vez uma bela salada. Tentamos dormir mas as moscas não davam tréguas.
À noite preparou-se o cabrito e foi dos melhores jantares que tivemos, o cabrito (grelhado) estava mesmo bom, acompanhado de um belo macarrão. Todos concordámos num ponto, faltava o vinho.
Hoje finalmente esbocei um banho, passei a cabeça por agua e lavei o resto do corpo com dodots, sentia-me outro.

29 de Abril 2003.

Eu e a Antonieta levantamos-nos às 5 da manhã para comer os miolos do cabrito, confesso que estava à espera de melhor.
Ali apareceu com os camelos por volta das 6, tomamos o pequeno almoço e seguimos marcha.
Apanhamos bastantes dunas e o sol estava abrasador, foi bastante dura esta manhã.
Finalmente vi um escorpião, era pequeno mas tinha um ar agressivo.
Após uma grande estirada avistamos estepe e foi ai que parámos para almoçar. As giestas escasseavam e como tal tivemos de montar a tenda para ter sombra.
Depois de almoço dormimos. O Mehid apareceu a meio da tarde para irmos ver uma cobras bastante venenosas, aparentemente estavam a dormir ao pé do Ali ... que perigo, bastava uma mordida e seria morte imediata.
Claro que as raparigas não quiseram ir ver.
Começamos a andar novamente, a jornada da tarde foi muito dura, o calor cada vez parecia mais. Hoje a Maria faz 1 ano e meio e eu não vou poder estar com ela, mas tenho-a sempre dentro de mim.
Depois de atravessar uma zona de estepe com umas lagartas enormes e cheias de cor, avistámos o Oasis ao fundo ... que espectaculo, era enorme, será que iamos chegar hoje ?
Apanhamos novamente dunas, e o dia começava a pôr-se, a Antonieta e a Benedita estavam bastante para trás, como tal decidi atrasar-me para assegurar que elas não se perdiam.
Quando as encontrei notei que estavam bastante cansadas e revoltadas por estarmos a andar tanto.
Começaram a pôr em causa as decisões do Mehid. Eu confiava nele, o seu conhecimento do deserto era incomparável, assim como a escolha dos sitios para acampar. Finalmente chegamos ao acampamento e a Antonieta estava bastante ofendida com ele e infelizmente não jantou connosco, foi uma cena triste.
À noite fizemos uma grande festa, era a ultima noite, cantamos e dançamos mas notava-se que os guias estavam perturbados relativamente à atitude da Antonieta.

30 de Abril de 2003.

Era a ultima manhã, tomamos o pequeno almoço ... ia sentir saudades daquele pão fantástico.
Montamos no camelo para a típica fotografia.
Iniciamos a marcha em direcção ao Oasis, foi 15 minutos de caminho, finalmente iamos tomar banho.
A despedida dos guias foi de cortar o coração, vou sentir a falta desta gente tão simpática e humilde.
Finalmente agua, banho, uma lagoa de agua quente, o corpo agradeceu ...
Não estivemos mais de uma hora no Oasis e seguimos caminho para Djerba, a meio parámos para almoçar num sitio espectacular, um antigo sitio onde se guardavam cereais, as casa eram escavadas dentro da rocha.
O almoço dos 6 heróis.
Seguimos caminho para Djerba onde fomos às compras, negociar, negociar, negociar. O hotel onde ficámos era um espanto, muito típico. Depois do banho e de uma bela soneca, fomos para a rua gastar dirames.

1 de Maio 2003.

Apanhamos o avião e fomos para Tunis, como o vôo para Lisboa só seriam 3 horas após a nossa chegada a Tunis, decidimos ir a Sid Bussain, que é uma vila a 25 minutos de Tunis, linda, linda. As paredes todas brancas e as portas azuis e todas trabalhadas, parecia a cidade do Ali-bábá.

Cheguei a casa contente e cheio de histórias para contar e imagens para recordar, venha a próxima...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Costa Rica Ano de 2005



Quando foi e como ocorreu.
A viagem realizou-se em Junho de 2005. Fomos com a agencia de aventura Rotas do vento.
Decidimos ir com um operador pois não tinhamos tempo de sermos nós a preparar toda a logisitica e pelo que vimos no site da agência a viagem parecia muito apelativa.
Convidamos uma amiga nossa espanhola (Asturias), a Beatriz. Tinhamos conhecido esta querida amiga no deserto do Sarah em 2003.
Tivemos sorte que o nosso grupo acabou por ser apenas os 3 e como tal tornou-se uma viagem muito familiar e divertida.

Fotos da Viagem.
Aqui podes visualizar as fotos da Viagem

Detalhe da Viagem.

Segunda-feira 6 Junho de 2005

Mais uma semana de trabalho que inicia,esta cheira a ferias pois no final da semana eu e Lena partimos para a Costa Rica. estas ferias estao marcadas ha muito tempo e finalmente estamos a escassos dias. As malas estao feitas, hoje vou comprar dolares (150).
Depois de almoco fui as compras,ja tenho 1 pacote de amsterdamer para fumar ao final do dia enquanto escuto os ruidos da selva e ponho em ordem as memorias do dia.
Tenho guardado na carteira 1 comprimido para deixar-me a dormir durante o voo. Ainda falta encontrar gotas para purificar a agua.

Terca-feira 7 Junho de 2005.

Mais 1 dia a contar para a grande data. Tenho tido trabalho mas nada de transcendente, o que e bom pois esta semana claramente nao quero chatices.
Hoje a hora de almoco vou escalar para o rocodromo, aproveito e passo pela econauta para comprar gotas para a agua.
Ao final do dia Chamusca, e a ultima vez antes da partida.

Quarta-feira 8 Junho de 2005

Hoje vou buscar os dolares ao Banco, ja trouxe as malas para Lisboa ... So faltam 2 dias.

Quinta-feira 9 Junho de 2005

Hoje e o ultimo dia de trabalho, a preocupacao de nao deixar pontas soltas.
Ontem soube que na viagem so vou eu a Lena e a Beatriz, vai ser muito fixe !!!
Hoje vou dormir a casa dos meus pais,a Maria vai para o Algarve com eles.

Sexta-feira 10 Junho de 2005

Finalmente chegaram as ferias, 17 dias longe de problemas e confusões. Não gosto do dia desgastaste das viagens, primeiro ate Madrid e depois S Jose, 1 Xanax e meio deve acalmar-me.
Fomos dormir a casa dos meus pais em Benavente, já começa a ser uma tradição. Eles vão de férias para o Algarve e tomam conta da Maria que por enquanto não pode acompanhar-nos, o seu tempo chegará.
Escusado será dizer que não dormi muito de noite, o despertador soou eram 5 da manhã, hora de levantar, vestir, comer algo ... não tenho muito apetite a estas horas.
Saímos de casa por volta das 6, estava um dia com uma ligeira névoa, seguimos ate Alvalade onde deixei o carro, também começa a ser tradição.
Apanhamos um taxi para o aeroporto, já se nota algum movimento, muitas pessoas elegem Junho como mês de ferias estes dias são apetecíveis pois existem dois feriados o 10 e 13 que este ano calham a uma sexta e segunda feira.
Tomei o primeiro xanax para ajudar-me a relaxar na viagem, outra tradição.
Voamos para Madrid, o voo foi rápido e suave, de Barajas apanhamos o voo para S Jose.
Apanhamos um avião grande e bastante preenchido, por azar ficamos num banco central que não dá grande jeito para dormir, num vôo de 9 horas é um pormenor importante.
Depois de 3 filmes, 2 refeições e de aturar uma Nicaraguense bêbada que adorava botas e sapatos portugueses, chegamos à Costa Rica, o aeroporto é pequeno mas bonito.
Depois de ultrapassadas as formalidades, fomos ter com o Andreas, um Suíço que vive aqui há 2 anos, levou-nos ao hotel e ... que maravilha, uma vista estupenda, uma arquitectura excelente. Deixamos as malas no quarto e fomos tomar banho na piscina ... Era meia-noite em Portugal, 17 h na Costa rica, este dia parecia não querer terminar.


Sabado-feira 11 Junho de 2005

Durante a noite ouvimos os sons tropicais, acordamos às 7 da manha a luz era intensa e a adrenalina de um sitio novo não nos deixava dormir mais. Depois do banho descemos para o pequeno-almoco : fruta, arroz com feijão (Gallo Pinto) e ovos mexidos, estava optimo.
Às 8:30 apareceu um senhor que levou-nos para a capital S Jose ao Gran Hotel, onde era suposto alguém apanhar-nos.
Passaram 30 min e chegou o Hartmund, um alemão simpático que vive ha 2 anos e é dono do hotel em samay para onde nos dirigiamos. Samay fica numa zona de selva isolada e muito perto da Nicaragua.
Seguimos de jeep numa viagem fantástica onde podemos desfrutar da vegetação, vilas pequenas, imensas plantações de bananas e quintas. O ultimo troço de estrada foi horrível, terra batida que obrigou-nos a circular a uma velocidade bastante baixa, mais tarde descobri que muitas estradas estão nestas condições e fazer 25 Kms pode demorar uma hora.
Chegamos ao sitio onde iamos apanhar o barco – La Pavona.
Subir o rio até Samay foi das melhores experiências que tive, é lindo, um rio no meio da selva, por entre canais estreitos, cheios de curvas. O barco ia cheio de gente local, turistas só mesmo eu e a Helena. Foram 2 horas de barco, agora não tinha duvida que ia estar isolado pois este era o único meio de transporte.
Chegamos a Samay, o Lodge todo feito de madeira e dirigido por um americano com um ar transloucado chamado Garfield, devia ter 60 anos, alto, ombros largos, cabelo grisalho com um rabo de cavalo. Vestia uma tshirt às riscas, uns calções de banho muito velhos e uns chinelos de enfiar. Ao seu lado estava um Costarricense chamado Ramirez, estatura média bastante entroncado, com um ar duro mas um sorriso muito afável.
Éramos os únicos habitantes do lodge, a configuração era engraçada, de um lado o rio Colorado e a selva; do outro a praia e o mar do Caribe ... nem sonhava que existiam sítios assim.
A chegada e o calor convidava a umas belas cervejas e assim foi, depois fomos à praia, que era de areia preta e estava cheia de lixo trazido pelo mar, em compensação não havia ninguém, uma praia só para mim e para a Helena, com agua a escaldar.
À noite jantamos um frango maravilhoso, conversamos bastante e o Garfield desafiou-me a ir pescar com ele às 5:30 da manhã, aceitei. Eu nunca tinha pescado antes, fiquei com a sensação que o Garfield achava que eu era um perito ... de todas as formas na manhã seguinte o equivoco ia ser desfeito.

Domingo-feira 12 Junho de 2005

Durante a noite ouvimos muitos animais num grande cocktail de sons, havia de tudo cigarras, grilos, rãs, macacos, pássaros, comprovo que o reino animal tem uma grande actividade nocturna. Suamos durante toda a noite devido ao calor e humidade. Acordei às 5:30 da manha com o som do Garfield a tocar na porta, tinha alguma esperança que ele se tivesse esquecido. A Lena virou-se para o outro lado e desejou-me boa sorte.
Cumprimentei o Garfield e dirigimo-nos para o ancoradouro, à nossa espera uma bela canoa com ar instável. Nem acredito, são 5 da manhã na selva, vou para o meio de um rio numa canoa com um americano maluco chamado Garfield the Third, pescar à linha.
Entrei na canoa com um ar confiante, tudo depende da nossa atitude e tentei fazê-lo como se fosse algo vulgar e normal para mim.
Começamos a remar em direcção à selva, do outro lado um barulho infernal, urros e mais urros de macacos congo – são negros e vivem em comunidade, o que gritar mais é o alfa do grupo.
Garfield assobiava enquanto remava, e rapidamente progredíamos para a outra margem, paramos junto a um junco. Expliquei ao Garfield que nunca tinha feito aquilo, ele sorriu como se não fosse novidade. Com o ser ar pachorrento demonstrou-me como se pega na cana e se atira a linha, não parecia nada do outro mundo, sim estava ao alcance das minhas capacidades. Mais uma vez investi numa atitude confiante, atirei a linha e ... bom tivemos que remar para perto do junco para soltá-la, atirei com muita força e a linha ficou emaranhada nas arvores. Garfield consolou-me dizendo que era normal.
Após alguma prática apanhei o jeito e comecei a divertir-me, não é mau pescar. Olhei para o lado e Garfield fumava tranquilamente um cigarro, com a mesma tshirt às riscas, e os calções de banho muito velhos e largos que deixavam à mostra o seu “abono de familia” – Desatei a rir, que quadro mais surrealista.
Mudamos de junco, este não estava a render, de repente ouvimos um splash – “It’s a crocodile” – disse-me o Americano a sorrir, - “ok, glade to know” respondi eu, com um riso amarelo.
Remamos um pouco e paramos perto de um tronco no meio do rio, reparei num lagarto verde que me fitava, de repente salta e começa a correr sobre a agua, apeteceu-me levantar e gritar “milagre” mas contive-me. “It’s a Jesus Christ Lizard” – disse-me Garfield – “Ah” – exclamei eu.
Lancei novamente a linha e senti pressão, estava outra vez presa no fundo, bolas não nasci para isto !!! comecei a puxar com força e de repente sai de agua um peixe agarrado ao Anzol ... “Put him in the boat, put him in the boat” – gritava Garfield, eu não esperava apanhar um peixe como tal não tinha o processo mental carregado no cérebro mas com algum desembaraço consegui, para mim aquilo foi como lutar com um espadarte em pleno mar do norte.
O Americano disse-me que era pequeno mas que podia servir de isco para no final do dia irmos pescar peixes maiores. “Pequeno !!!???”, bolas, eu nunca tinha visto um tão grande, mas tinha de aceitar a avaliação do meu Mestre.
Ficamos mais meia hora e como nenhum peixe mordeu o anzol, voltamos ao Lodge.
Quando chegamos, desatei a correr para o quarto, Lena dormia tranquilamente, eram 6 e meia da manhã, entrei de rompante e com um ar triunfante, sentia-me como um pescador que volta a casa após 2 meses na faina.
Entre ramelas ela ouvia a minha história do crocodilo a saltar para a agua, o meu desembaraço com a cana rapidamente ultrapassado, os lagartos que correm sobre a agua e o momento triunfal, o troféu, um peixe !!!
Ela não reagiu com tanto entusiasmo como o ritmo que eu imprimi à história, as mulheres têm esta capacidade magnifica de nos chamar à terra quando estamos quase a atingir a lua.
Saímos para o pequeno almoço, Ramirez com o seu sorriso enorme tinha preparado um manjar digno de um rei : Ananás, manga, papaya, torradas, manteiga, queijo e claro Gallo pinto que é o típico prato de arroz com feijão preto.
É incrível como uma pessoa sente tanta fome por estas paragens !!!

Eram 8 da manhã e fazia um calor insuportável, chegou o Carlitos um costarricense de 12 anos com uma cara muito simpática, toda a sua vida tinha vivido naquele lugar, levantava-se às 4 e meia da manha, fazia cerca de 5 quilómetros de canoa até à quinta do pai para tratar do gado. Quando havia turistas no lodge, regressava para ajudar como guia – Tinha portanto uma vida saudável.

Fomos para o ancoradouro, a ideia era atravessar de canoa até à Selva e fazer um percurso a pé de hora em meia para avistar macacos, preguiças e outros animais que quisessem conviver com dois luso-descendentes.
Vi o ar nervoso da Lena quando avistou as canoas e foi aí que senti vir ao de cima a minha larga experiência de uma hora – “ tem calma, isto é muito fácil e estável”, mais uma vez o truque está na atitude com que afirmamos.
Dividimo-nos em 2 canoas, eu ia com o Carlitos e ela com o Ramirez, escusado será dizer que o Carlitos imprimia um ritmo à canoa impressionante, já vi barcos a motor mais lentos.
Entre remadelas e fotos lá ia de sorriso na cara preparado para a minha primeira experiência de selva.
Entramos num canal estreito com imensas arvores, vi folhas do meu tamanho. Os sons estavam ao rubro e davam com os meus timpanos em loucos, o cerebro tentava identificar os animais mas era escusado ... por muitos Discovery channel e BBC vida selvagem, ao vivo é outra coisa.
Encostamos as canoas e pisamos terra firme, diante de nós a selva.

Começamos a caminhar, Ramirez seguia à frente, eu ia detrás com a Helena e a fechar o grupo o Carlitos. O suor escorria pelo corpo, as roupas estavam ensopadas e embora tivesse esfregado bastante tabard no rosto e braços, os mosquitos não largavam e o ZZZZzz nos ouvidos era uma constante.
De vez em quando Ramirez tinha de utilizar a faca de mato para abrir passagem. A selva deve ser o delírio de qualquer botânico, nunca vi tanta variedade à minha volta, fiquei bastante surpreendido com o tamanho das arvores e respectivos troncos, adorei a arvore do Tamarindo, tronco enorme e oco que fazia um batuque único, os índios usavam-na para comunicar, era portanto um telemóvel arcaico.
Como estava muito calor não era fácil avistar macacos, os animais quando a temperatura sobe escondem-se para dormir (o mesmo principio do alentejano). Caminhamos e caminhamos, mesmo que não visse animais, só o facto de estar ali já era uma emoção. De repente o Carlitos exclama “Mono, mono” (macaco em espanhol), olhamos para cima e lá estavam 3 macacos-aranha, são esguios, ágeis e de um tom castanho claro, saltam imenso de arvore em arvore e seguram-se de todas as formas possíveis e imaginárias, inclusive com a cauda que mais parece um chicote.
Ramirez explicou-nos que eles alimentam-se de umas folhas que contêm substancias tóxicas e que por isso ficam assim eléctricos, ou seja são uns drogaditos.
Continuamos a andar e os “aranha” seguiam-nos, assim como nós organizamos excursões para ver macacos, eles organizam excursões para ver humanos. De repente desapareceram, a razão era que estávamos a entrar no território do macaco congo, eternos rivais. Estes são os que gritam muito, são todos pretos e bebem agua das folhas, não descem para beber no rio porque se assustam com o seu próprio aspecto quando reflectido na agua. Comem as mesmas folhas tóxicas mas o efeito é diferente, ficam parados nos troncos como se estivessem de ressaca.
Estávamos a ter uma aula de biologia ao vivo, aprendi mais naquela hora do que durante os meus anos de liceu.

Regressamos ao Lodge e depois de um banho no mar do Caribe, fomos almoçar, conversamos imenso com o Garfield e o Ramirez.
Garfield tinha estado no vietname, foi o primeiro americano que conheci em tais condições. Depois da tropa acabou o curso e começou a trabalhar para uma importante empresa de consultoria financeira. Viveu em Miami, como vizinhos tinha os Bee-gee’s e o Julio Iglesias ... lembrei-me da minha casa na Chamusca, a minha vizinha é a Gia uma jovem de 90 anos.
Contou-me histórias de festas que frequentou, de xeiques arabes magnatas de petróleo, chegou a conhecer o Don Johnson da serie Miami Vice. Com 45 anos resolveu que estava na altura de mudar de vida e vendeu tudo o que tinha para vir viver para a Costa Rica, já tinham passado 16 anos. Os últimos 2 não correram de feição, o banco onde tinha o dinheiro congelou todas as contas por decisão governamental – suspeitas de lavagem de dinheiro – assim Garfield e os restantes clientes do banco viam-se privados do acesso ao dinheiro. Como não tinha alternativa, veio parar à selva, aqui não tinha despesas e sempre tinha um tecto e comida.
Estava a dar em louco, detestava macacos e já não suportava o clima, a maioria dos dias estava sempre a chover, nós estávamos com sorte com o tempo. O seu único escape era a pesca, adorava pescar.

Ramirez era o tipico faz-tudo, tinha sido actor, saltimbanco e cuspidor-de-fogo. Adorava andar sobre andas e dar saltos mortais.
Arranjou trabalho numa feira na casa do terror onde aparecia a assustar com a serra-mecanica. Certo dia um miudo mais corajoso quando o viu surgir vestido de monstro e serra na mão, deu-lhe um valente pontapé no joelho, foi a desgraça. Teve de ser operado 3 vezes e o que mais adorava, as andas, tiveram de ser postas de lado.
Agora estava melhor, mas o joelho nunca ia ficar a cem por cento. Estava na Selva pois o Hartmund (o alemão que era dono), era casado com a sua irmã e como tal veio para aqui ajudar no lodge.

Quando não existem televisões, nem nada que nos distraia, as pessoas concentram-se mais umas nas outras e a conversa flui e assim foi durante aquelas duas horas que estivemos sentados à mesa entre comida, cerveja e cigarros.

Fui até ao ancoradouro onde existia um telheiro feito de canas e uma convidativa rede, onde me deitei. Ali fiquei a observar o rio e do outro lado a impressionante selva com as imponentes arvores cheias de vida a palpitar por todo o lado, foi um momento de paz, quando estou assim geralmente começam a soar-me musicas na cabeça, como se de uma banda sonora tratasse-se, desta vez foi Van Morrisson “Days like this”

When it's not always raining there'll be days like thisWhen there's no one complaining there'll be days like thisWhen everything falls into place like the flick of a switchWell my mama told me there'll be days like this
When you don't need to worry there'll be days like thisWhen no one's in a hurry there'll be days like thisWhen you don't get betrayed by that old Judas kissOh my mama told me there'll be days like this
When you don't need an answer there'll be days like thisWhen you don't meet a chancer there'll be days like thisWhen all the parts of the puzzle start to look like they fitThen I must remember there'll be days like this
(…)


Foi nesta paz que ouvi chegar a lancha, a mesma em tínhamos chegado no dia anterior.
Garfield e Ramirez correram para o ancoradouro, a chegada da Lancha é o momento mais importante do dia, são novidades que chegam, caras que se avistam, cartas desejosas de serem entregues e lidas.
Na lancha vinha a nossa amiga Beatriz juntamente com Hartmund e outro costarricense chamado Ricardo.
Que felicidade rever a Beatriz, a ultima vez que tínhamos estado juntos foi na serra de Gredos (Espanha), já tinha passado mais de um ano.
Matamos as saudades e fomos directamente para dentro de uma canoa, eu e a Helena sentíamos a obrigação de ir mostrar os cantos à casa. É estranho mas estávamos com a sensação de já pertencer aquele sitio, como se tivéssemos chegado à muito tempo atrás. Assim com orgulho navegamos no rio e mostramos os canais e pedaços de selva à Beatriz.

À noite foi quase um jantar de gala, Garfield apareceu com a t-shirt às riscas e os calções velhos mas desta vez trazia vestido um casaco verde, um verde muito forte. Já éramos mais à mesa e isso era motivo de festa.
Conversamos e rimos bastante, a comida estava óptima e Ramirez fez questão de decorar os pratos de uma forma surpreendente.
Quando me distanciava mentalmente e observava aquele quadro, achava piada aquelas pessoas que pareciam amigos de toda a vida, não havia distinção entre a equipa do lodge e os clientes, estávamos todos à mesma mesa, riamos e conversávamos.
Fiz um cigarro de enrolar, não sou grande fumador mas por vezes existem ocasiões que pedem por um bafo de nicotina, não é um vicio é um prazer.
Nas minhas mão o mais puro conceito de globalização, tabaco francês, mortalha espanholas, filtros australianos, fumado por um português na Costa Rica ... soltei um riso, aqui o tempo passa mais lento e dá-nos espaço para pensar.

Uma noite destas tinha de acabar em pleno e como tal decidimos ir observar crocodilos. Formamos dois grupos para as canoas :

Eu a Helena e o Carlitos
A Beatriz, o Ramirez e o Hartmund noutra.

A noite estava bastante estrelada, aqui como não existe luz, parece que estamos sobre o planetário. Ao longe ouvia-se o som de uma trovoada e de vez em quando viam-se clarões.
Começamos a remar com os frontais na cabeça, a canoa da Beatriz era a mais ruidosa ou não fosse ela Espanhola ... fala, fala, fala.
Começamos a aproximar dos canais e as arvores, as folhas enormes, o som da noite davam uma mística única. Paramos de remar, Carlitos olhava para o rio e de repente exclamou ali está um ... tentei ver mas confesso que não via nada, nem com um pouco de imaginação. Os crocodilos e caimões estão perto dos juncos, onde costumam caçar.

Seguimos para uma exploração nocturna, o objectivo era observar caimões. Éramos 7 e 3 canoas, a noite estava estrelada e ao longe ouvia-se uma trovoada, provocando alguns clarões. No ar ouvia-se os sons da selva e o barulho dos remos a tocar na agua. Começamos a entrar nos canais, de noite as arvores e as folhas do tamanho de pessoas, tinham uma ar místico. Os caimões caçam junto aos juncos e como tal foi aí que paramos as canoas, “ Mira uno”, gritava Carlitos. Eu não conseguia ver nada, mas o Carlitos saltou para a agua e apanhou-o, era pequeno, devia ter uns 50 Cms.
É impressionante ter um bicho daqueles na mão.
Demos mais umas voltas e víamos olhos luminosos na agua, eram os Caimões a fitar-nos.
De regresso fizemos uma corrida de canoas, a forma como o Carlos remava era impressionante, como eu e a Lena estávamos na sua canoa, ganhamos.
Esta experiência nocturna não vai ser esquecida, o som do rio com as canoas, o ceu cheio de estrelas e uma tempestade ao longe, ingredientes fantásticos.

Segunda-feira 13 Junho de 2005

Acordamos as 5:00 da manha e fomos para a praia tirar fotos, depois fomos observar o rio. Às 6 tomamos o pequeno-almoco e fomos para a selva observar macacos. A Beatriz ainda não tinha estado na Selva e ficou bastante entusiasmada com a experiência. O mais engraçado é que por mais repelente que se deite, uma pessoa é sempre atacada por mosquitos.
Por volta das 9 horas estávamos de volta para o pequeno-almoco. Comemos o tipico feijao com arroz – Gallo pinto - e ovos, tudo muito bom. Eu a Beatriz e a Lena fomos para a praia, a agua fervia, parecia sopa. Quando fomos para o quarto o Ramirez apareceu com cocos, que delicioso é a agua de coco.
Por volta do meio-dia fomos para a Laguna 9, fazia muito calor, partimos de canoa, entramos por uns canais magnificos, cheios de verde, conseguimos avistar uns Tucanos, que pássaro magnifico. Quando se chega a Lagoa a vista e espectacular, passeamos durante um bom bocado.
Quando voltamos fui pescar com o Garfield, desta vez fomos à procura de peixes grandes, levamos a lancha e outro tipo de canas. O isco que usamos foi peixe vivo, preparamos 2 canas e atiramos o anzol à agua. Enquanto esperávamos foi experimentando a sorte com uma cana mais pequena.
É giro estar no rio a ver anoitecer e ouvir os peixes a saltar.
Fui sentar-me ao pé do Garfield e fumamos uma bela cigarrada enquanto falávamos. Não pescamos nada e como tal voltamos ao Lodge.
O hotel esteve sem luz durante algumas horas mas voltou a hora de jantar.
Quando fomos para a cama começou a chover... Que tempestade. A chuva a bater nos telhados faz um ruído ensurdecedor mas magnifico.

Terca-feira 14 Junho de 2005


Hoje foi o dia de partida, acordamos as 4:30 para tomar o pequeno-almoco por volta das 5 pois o barco passava às 5:30. Despedimo-nos do Ramirez e de Garfield e apanhamos o barco com Hartmund e Ricardo. Fomos pelo rio ate La Pavona e dai seguimos de jeep ate Puerto Viejo Sarapiqui. O Hartmund deixou-nos no hotel Bamboo onde nos apanharam para o Lagarto lodge. demoramos 3 horas a chegar, pelo caminho vimos imensas plantações de ananás e yuca. Paramos em Boca Tapada para comer e beber. Seguimos para o Lodge, que e impresionante, fica ao pé do rio San Carlos, tem imensa selva a rodear. O quarto tem uma varanda espectacular, com uma vista sobre o rio e a selva. Depois de deixarmos as nossas coisas, fomos dar um passeio pela selva, estava a chover e o cheiro da terra é incrível.
Voltamos ao hotel para descansar, aproveitamos para observar pássaros.
A noite enquanto jantávamos apareceu o Sr Flores com uma iguana no braço, a Lena e Abeatriz controlaram os medos e até fizeram uma festa. Pouco depois foi buscar uma rã com umas cores espectaculares, por fim e para culminar bem a noite foi hora de ir alimentar os crocodilos. Descemos até à lagoa e o Sr Flores começou a falar em alemão pois era assim que eles estavam acostumados ... Fraullein, Baby ... lá apareceram eles, eram muitos e alguns deles grandes. A Lena e a Beatriz estavam com medo. Nunca estive tão perto de um bicho destes e é impressionante a velocidade com que se mexem.


Quarta-feira 15 Junho de 2005

Acordamos as 6 horas e ficamos na varanda a apreciar o nascer do dia, faz um pouco mais de frio que em Samay. As 7 fomos tomar o pequeno-almoco e as 8 fomos de barco pelo rio S. Juan até à fronteira com a Nicarágua.
A viagem foi tremenda, vimos lagartos Jesus Cristo, que andam por cima da agua, vimos iguanas, vários tipos de aves e arvores : arvore-pao, a palmeira do viajante, etc. Quando chegamos à fronteira com Nicaragua, paramos um pouco na aldeia da Boca de S. Carlos, muito bonita, visitamos a escola onde os Ticos pequenos aprendem um pouco de tudo, desde matemática a agricultura. Antes de partir tomamos umas cervejas.
Quando regressamos, comemos umas sandes e depois viemos para a varanda descansar.
As 3 da tarde fizemos um passeio de 2 horas pela selva com o Didier. Vimos diferentes tipos de rãs, aranhas, formigas, foi um passeio espectacular. Antes de regressar ao hotel, eu a Lena e a Beatriz fizemos um passeio muito bonito de canoa.
A noite jantamos carne com yuca, estava muito bom.

Quinta-feira 16 Junho de 2005

Esta noite um casal de alemães que chegou portou-se mal, apanharam uma bebedeira e fizeram imenso ruído, tive que ir bater a porta.
Quando acordamos e depois do pequeno-almoco fomos andar de canoa para uma lagoa. Tivemos que caminhar um pouco a pé, quando chegamos, colocamos as canoas na agua e começamos a remar. A lagoa era muito bonita e estava cheia de troncos, o que exigia alguma destreza no manuseamento da canoa. Fizemos um passeio grande e acabamos por ir ter a uma zona isolada, quando estávamos a voltar a Beatriz reparou num caimão que ia a passar junto a canoa , era grande e impunha respeito, quando olhei para a agua e o vi, confesso que senti um pouco de medo.
Regressamos ao ancoradouro e arrumamos a canoa, voltamos ao hotel.
Esperamos ate às 10 para que o Júlio nos viesse buscar. A viagem foi engraçada, falamos imenso, de natureza, de política. Paramos no muelle para ver um café que esta cheio de iguanas ... enormes, foi fantástico.
Chegamos a Fortuna, que e uma cidade bastante turística perto do vulcão arenal. O hotel S. Bosco era um pouco feio, mas claro nós vinhamos da selva e estávamos acostumados a estar isolados e em casas magnificas de madeira.
A tarde fomos de excursão pela floresta, apanhamos uma grande chuvada, e imensa gente. Esta visita foi bastante turística, mas mesmo assim aprendemos algumas coisas e o mais engraçado de tudo foi a chuva que caia, estávamos completamente ensopados.
Depois fomos para o vulcão arenal fazer fotos, tivemos sorte e vimos lava a ser expelida.
De seguida fomos para as piscinas de aguas termais, embora seja turistico estava bonito, agua é muito quente, existe desde piscinas a 30º até piscinas com 60 º , esta ultima parece que estamos a ser cozidos ... uma pessoa está dentro de agua e a cozer.
Quando chegamos ao hotel, tivemos que secar os bilhetes de avião, o passaporte, as notas de colones e dolares, enfim estava tudo molhado. A Beatriz molhou a camera e deixou de funcionar.


Sexta-feira 17 Junho de 2005

O despertador tocou as 6 da manha, levantamos e fomos tomar o pequeno-almoco ao restaurante cascada, fruta e torradas. Depois fomos as compras, eu precisava de pilhas e a Beatriz de uma camara nova pois a sua continuava sem trabalhar. Comprou uma Olympus analogica, custou 30 USD.
As 8:20 em ponto tínhamos a carrinha a nossa espera, o condutor explicou que a viagem demorava 3 horas ate Liberia e depois mudávamos de camioneta. De caminho paramos numa aldeia onde comemos. A casa de banho estava cheia de orações e folheados na sanita, tive que tirar uma bela foto.
Chegados a Liberia, trocamos de carrinha e seguimos para El Rincon de la Vieja. O hotel esta bonito, embora seja mais turistico que a Barra del Colorado e Boca Tapada mas muito melhor que o ultimo hotel de Fortuna. Na recepção estava um sr mal encarado, depois de falarmos com ele rimos entre nos. A Beatriz perdeu a carteira com o BI e o cartao de credito, teve que telefonar ao seu banco para cancelá-la. Poucas horas depois descobriu que afinal a sua carteira estava caída no chão do quarto.
O hotel era uma fazenda – Hacienda Guachipellin – estava muito engraçada, com cavalos, vacas, arvores de fruta, selva.
Depois de comermos algo leve fomos fazer canopy, que consiste em slide sobre uma cascata, rapel, escalada, vias ferratas. O que me custou mais foi o rappel pois lançaram-me em queda livre durante 10 mts e pararam a meio. Passamos 2 horas muito divertidas, com o coração a bater a todo o gas.
Quando regressamos começou a chover bastante. As 7 fomos jantar, um buffet cheio de coisas boas.

Sabado 18 Junho de 2005

Hoje fomos para a piscina as 6 da manha e as 7 estávamos a tomar o pequeno-almoco, um belo buffet. As 8 fomos passear a cavalo. Conhecemos um casal espanhol de Burgos, muito simpáticos.
O cavalo, que era uma egua, chamava-se Paloma. Saímos devagar mas aos poucos íamos andando mais depressa. Aguentei-me bem, de todas as formas magoa um pouco o rabo. O senhor que nos acompanhava chamava-se Rene e era um sabanero de 60 anos, cheio de energia. Paramos para passear pelo parque del Rincon de la Vieja, é bonito porque esta cheio de fumarolas vulcânicas. Rene andava muito rápido, incrível para a idade.
Voltamos para os cavalos, cada vez doia-me mais o rabo. Paramos nas termas e fizemos sauna, lama, agua quente e agua fria, muito bom. Voltamos a montar, comecei a ficar com as pernas doridas por roçarem no couro da sela, enfim sofri um pouco ate ao final, as pernas já estavam em ferida, já não aguentava mais.
Fomos almoçar todos juntos e enquanto comíamos, caiu uma grande tempestade, o barulho dos trovões era impressionante.
Depois de almoço fomos para o quarto dormir, o resto do dia foi pacifico.

Domingo 19 Junho de 2005

Acordamos e fomos tomar o pequeno-almoco e depois acabar de fazer as malas pois era dia de partida. Demos um pequeno passeio, estivemos na piscina e por volta das 11 vieram buscar-nos. Seguimos viagem ate Liberia onde paramos para comprar pilhas, não encontrei o cartão para a maquina e já estava com poucas fotos disponiveis. Seguimos viagem para St Elena Mt Verde. Os últimos 25 kms da viagem foram terríveis, caminho empedrado e a subir. Ficamos hospedados no arco-iris lodge, muito bonito, cabanas de madeira.
Monte verde parece-se muito com os Açores, montanhoso e verde. A aldeia e engraçada, tem bastante movimento e bastantes lojas e restaurantes. Consegui comprar o cartão de memória para a câmara.
Muito bom aqui é o café, tem uma loja especializada que serve cafés de todo o género e feitio, todos muito bons.
À noite fomos jantar, a Lena esta constipada e por isso teve que ir comprar gotas para o nariz, custou 30 USD, que roubalheira.

Segunda-feira 20 Junho de 2005

Tomamos o pequeno-almoco no arco iris e esperamos a camioneta que nos vinha buscar para o sky walk, depois de alguma confusão, apanhamos a camioneta na estrada principal. Subimos um pouco por um caminho de terra batida e chegamos ao parque. Começamos o sky walk que consiste num conjunto de pontes por cima da selva, tem vistas maravilhosas por cima do bosque nubloso. O passeio demorou quase 2 horas. Quando chegamos estávamos em duvida se fazíamos o sky trek, confesso que estava um pouco receoso, por fim decidimos fazer. O sky trek consiste num conjunto de plataformas ligadas por um cabo no qual vamos deslizando. Começamos a subir, a Lena foi a primeira a sair, eu fui o terceiro, depois da Beatriz, do nosso grupo faziam parte 5 emigrantes Costa Ricenses. As primeiras 6 plataformas eram as mais fáceis, eu gostei particularmente da 5 e 6 pois eram pelo meio da selva, impressionante. A 7 era a mais alta com vistas magnificas, apanhei um pouco de vento, o que assusta um pouco. A 9 era a mais rapida e a 10 a maior, tinha 800 mts. Tanto a 10 como a 11 fiz em conjunto com a Lena, foi excelente. Quando chegamos a Sta Elena estávamos cheios de fome e fomos almoçar ao Morpho – Fartamo-nos de falr e rir pois tinhamos a adrenalina ao máximo.
A Lena continua um pouco constipada e como tal não foi à caminhada nocturna, fui eu e Beatriz. Foi giro aprendemos imenso e vimos imensos insectos e tivemos sorte de ver uma preguiça muito perto. A caminhada durou 2 horas, depois disso fui jantar ao Boemios com a Lena, a Beatriz estava cansada e já não lhe apeteceu sair.


Terca-feira 21 Junho de 2005

Hoje foram buscar-nos por volta das 8:30 e seguimos viagem para Manuel Antonio. A viagem correu bem mas demorou tempo. O hotel onde estamos é bonito mas nota-se que e de estilo mais turístico. Cheguei cheio de fome e fomos ao restaurante, por azar tinha chegado um grupo grande de alemães e demorou um pouco a sermos atendidos. Depois de comer fomos dormir e por volta das 6 fomos para a cidade de Quepos, que e costeira mas um pouco feia, com um clima um pouco pesado, se bem que nao aconteceu nada. Visitamos umas lojas, fomos a um restaurante e voltamos para o hotel.


Quarta-feira 22 Junho de 2005

Depois do pequeno-almoco fomos conhecer o parque nacional de Manuel Antonio, este parque é dos mais pequenos mas é muito bonito pois e banhado pelo Pacifico, tem praias fenomenais que parecem de filme. O guia era excelente, fomos com um casal mexicano em lua de mel, simpáticos. Fartamo-nos de ver animais : morcegos, iguanas, lagartos jesus cristo, macacos congo, macacos cara branca, preguicas, a Lena gostou imenso deste ultimo, estava toda entusiasmada. A vantagem desta visita e que o guia levava um pequeno telescopio, o que permitia ver imensos pormenores. Um detalhe que achei interessante foi o facto de os guias se ajudarem, sempre que um avistava um animal avisava os outros. No final do passeio tomamos um belo sumo e comemos um prato imenso de fruta. Regressamos a Manuel Antonio, desta vez para a praia. Que maravilha, praia paradisíaca, agua do Pacifico com agua quente. Depois de 2 horas na praia, fomos dar um passeio, vimos praias maravilhosas e macacos cara branca.
No fim desta bela caminhada fomos para a vila comer, enquanto o fazíamos apareceram pequenos macacos, a Lena ficou toda contente. Regressamos ao hotel e fomos para a piscina, antes de jantar.

Quinta-feira 23 Junho de 2005

Hoje a manha começou com bastante chuva, aproveitamos para dormir um pouco mais pois só tínhamos de sair as 10. À hora combinada apareceu o motorista, a viagem ia demorar bastante tempo pois uma das estradas estava intransitável e tínhamos de ir por S. Jose. A viagem decorreu sem problemas, bastante chuva. Paramos numa ponte pois podia-se observar crocodilos, eram imensos e enormes.
Chegamos a S. Jose, que grande confusão de transito, parece uma cidade um pouco feia.
Continuamos caminho para Cierro de la Muerte, a estrada e bastante sinuosa e estava algum nevoeiro. Por volta das 15 chegamos, o Trogon Lodge e bonito e fica num vale de montanha. O dono parece um pouco mariquita e todos os detalhes do lodge são um espelho disso, de todas as formas esta com bom gosto. Aqui sim, faz frio.
Depois de vestirmos algo mais quente , fomos passear, existem caminhos marcados. Acompanhamos um rio com algumas cascatas, onde aproveitamos para tirar boas fotos. Começamos a subir e no topo tínhamos boas vistas sobre o vale. Adoro montanha.
Regressamos ao lodge, tomamos um bom banho e fomos jantar. Uma vez mais se revela a mariquice, tudo cheio de velas, musica de elevador ... pelo menos a comida estava boa.

Sexta-feira 23 Junho de 2005

Começamos o dia bem cedo, eram 5:45 quando nos bateram a porta. Estava um dia bonito mas fazia um pouco de frio. Fomos tomar um café e de seguida fomos de carrinha em busca do Quetzal, o pássaro nacional, connosco seguia 3 americanas simpáticas : a avo, a filha e a neta.
Chegamos ao sitio do ninho, o Leo explicou que os pais estavam a caçar e era uma questão de tempo ate aparecerem. Esta época geralmente já não ha ninhos mas parece que estávamos com sorte. A primeira a aparecer foi a fêmea, que bonita, toda verde. Depois de sair do ninho apareceu o macho, que esplendoroso, verde com peito vermelho, uma cauda bifurcada, na cabeça um penacho. Tirei algumas fotos.
Quando regressamos ao hotel tomamos um excelente pequeno-almoco e como tal tivemos que ir fazer uma boa caminhada para compensar.
Quando chegamos ao hotel arranjamos as malas e partimos para S. Jose, quando estávamos quase a chegar apanhamos alguma chuva mas depois parou. Quando chegamos ao hotel fomos para o jacuzzi e piscina e depois decidimos ir passear. S Jose e uma cidade estranha, a maioria das ruas sao apertadas, as casas um pouco velhas, muito transito.
Fomos a andar para o centro, o ceu estava muito cinzento e ouviam-se trovões, prometia chuva. Chegamos ao centro, muita confusão, as lojas cheias de porcarias e os donos anunciavam os preços aos berros – “ A mil, a mil” , enfim parecia um mercado gigante.
Quando chegamos ao centro fomos tomar um café a um sitio pitoresco, o “Cade del Correo” – no fundo era a estação central de correios que tinha um café com imenso bom gosto e café excelente. Perguntamos onde podíamos encontrar uma loja com artesanato local e indicaram-nos a “Casona”. Andamos algum tempo à procura mas finalmente conseguimos encontrar, entretanto tinha começado a chover.
A casona era tipo um mercado de produtos artesanato, os vendedores embora simpáticos, eram um pouco chatos pois estavam sempre a convidar para visitar a loja.
Acabei por comprar algumas peças de artesanato, entre as quais um pau-de-chuva, o que não deixa de ser irónico pois chovia a potes e não estava com ar que ia parar.
Andamos desesperadamente à procura de um taxi mas parecia ser uma missão impossível, o transito estava caótico e os taxis estavam todos cheios.
Andamos, andamos e nada ... fomos parar novamente ao Cafe del Correo, todos encharcados. Tentamos mandar vir um taxi mas o numero de telefone estava sempre impedido.
Numa tentativa desesperada fomos para uma praça de taxis mas para alem de estar cheia de pessoas, não havia um único taxi que parasse. Só restava uma solução ir a pé. Tinhamos bastante para andar mas era a razão mais acertada pois estávamos a adiar o inevitável. Andamos, andamos até que finalmente chegamos ao hotel, não havia nenhuma parte de mim que estivesse seca.
O meu medo era que o passaporte estivesse molhado, mas resistiu à intempérie.