segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Madeira a pé, Junho de 2004



Como e quando foi.

Nunca tinha ido à Madeira e aproveitei o facto de a papa-leguas estar a organizar pela 1ª vez uma travessia e aproveitei. O amigo Rui foi comigo.

Esta viagem realizou-se em Junho de 2004.

Fotos da Viagem.
Para visualizar as fotos carregar aqui.

Detalhe da Viagem.
9 de Junho de 2004 – Quarta feira

Passei o dia a trabalhar, ansioso que chegassem as 18:00 para ir-me embora. O combinado era estar às 19:30 no aeroporto da Portela, antes tinha de passar em casa da minha avó para apanhar a mochila.
Fui o primeiro a chegar, o ponto de encontro era no bar. Passado um pouco começaram a chegar os outros participantes, o espirito era de euforia.
Tomei o xanax da praxe e quando estávamos todos, seguimos para o check-in.
O vôo correu bem e foi curto, cerca de uma hora e 15 minutos. Éramos um total de 23 pessoas, a média de idades devia rondar os 35 anos.
Quando chegámos ao aeroporto do funchal tínhamos uma carrinha à espera, que nos transportou até Porto cruz.
É uma aldeia pequena mas simpática, ficámos na pensão “encosta”, não é nada de especial mas tem uma bela vista para o mar.

10 de Junho de 2004 – Quinta feira

Acordei eram 7 da manhã, o Rui, com que eu partilhava o quarto, ainda dormia. Dirigi-me à varanda e fui brindado com um belo nascer de dia. De um pulo apanhei a máquina e “congelei” numa foto aquelas cores matinais.

De seguida efectuei alguns exercícios respiratórios de Yoga.
Eram 8:15 quando tinha uma torrada na mão, estávamos a tomar o pequeno almoço, pouco depois chegou o Jorge Rosas, o guia.
Saímos em 3 carrinhas em direcção à ponta de S.Lourenço.
Tivemos um pequeno briefing e começamos a caminhar, esta primeira parte era árida, como estávamos junto à costa, os nossos olhos eram brindados com belas falésias, a cor da agua era muito bonita.

Chegámos à ponta de S.Lourenço e subimos à parte mais alta, a vista era soberba.

Quando descemos fomos tomar um belo banho a uma pequena praia rochosa.
Voltámos à carrinhas pelo mesmo caminho, o nosso ritmos de andamento era bom.
O dia estava quente e o sol brilhava fortemente.
O almoço foi servido numa aldeia ali perto, num restaurante chamado Amarelo, comemos uma bela sopa de peixe e pudim de maracujá.Depois de almoço fomos a um miradouro de onde se avistava Machico e o aeroporto do Funchal.

A caminhada da tarde foi através de uma levada – São canais que transportam a agua – foi um percurso bonito, culminado com uma bela banhoca na praia em Porto Cruz.


11 de Junho de 2004 – Sexta feira

Segui o ritual do dia anterior, acordei às 7, tirei uma foto do nascer do dia e fiz exercícios respiratórios.
Quando descemos para o pequeno almoço levámos as mochilas pois esta noite seria passada noutra localidade.
Este era o dia mais longo de Trekking, era igualmente o mais difícil pois era um percurso de montanha.
Fomos de carrinha até ao Pico do Areeiro . As vistas eram fenomenais, parecia que estávamos nos Andes, nem faltavam os peruanos a tocar flautas e a vender CD’s.

O pico do areeiro tinha um miradouro e um restaurante, onde aproveitámos para fazer as ultimas necessidades, antes de iniciarmos a caminhada.
Começamos a andar ... o trilho estava muito bem sinalizado, de um lado e de outro tinhamos enormes paredes rochosas, que espectáculo.
De vez em quando aparecia um túnel e tínhamos de colocar o frontal.
Mais uma vez fomos presenteados com um belo dia de sol, o calor apertava e o suor escorria pelos poros.O nosso objectivo antes de almoço era atingir o pico ruivo. O Jorge Rosas, o guia, era um pouco chalado e falava pelos cotovelos. Hoje tinhamos a companhia de outro senhor, o Alberto que era um senhor, na verdadeira concepção da palavra. Tinha um bom andamento, tendo em conta que tem 80 anos

Chegámos ao pico ruivo, que proporciona belos cenários acima das nuvens. Este foi o local escolhido por mim, pelo Luis, pelo Miguel e pelo Rui para comer o pic-nic que tinha sido distribuído pela organização

Da parte da tarde, depois de um café no refugio de montanha, começamos a nossa senda para a encumeda.
O grupo da frente constituído pelo Jorge Faca, Luis , Carlos e Clemente, partiu com meia hora de avanço.
Não sei quem teve a ideia, mas alguém sugeriu irmos a correr para os apanhar. Eu o Luis e o Rui desatamos a correr, parecíamos uns tontos. Não era fácil ir num ritmos rápido tendo em conta que tínhamos mochilas, maquinas fotográficas e que fazia calor. Rápidamente apanhámos o Carlos, continuamos a corrida ...

O rui ficou para trás, cansado, eu e o Luis conseguimos apanhar o Clemente. O Luis prosseguiu, eu resolvi ficar com o Clemente, estava cansado e necessitava de recuperar.
Pouco depois apareceu o Rui, eu já não esperava vê-lo. Passado 5 minutos ele decidiu ir no encalço do grupo da frente, a mim já não me apetecia correr mais.
Ainda apanhámos o filho do Clemente e fomos os 3 juntos durante um tempo. Apeteceu-me arriscar, comecei a acelarar o passo, ia tentar apanhar o grupo da frente. De vez em quando ouvia as vozes deles, mas não os consegui apanhar. Andei uma hora e meia sózinho. O percursso era bonito, por vezes a vegetação era bastante densa.
Cheguei à pensão da Encumeada 30 minutos depois deles, foi um belo Trekking.
De referir que o ultimo grupo, onde se inclui o Jorge Rosas, chegou 3 H 30 minutos depois de mim.
Nessa noite fui jantar ao funchal com a minha amiga Madeirense, a Benedita. Foi bom pois aproveitei para conhecer a capital. O Funchal é grande e tem muitas casas na encosta. Existe bastante oferta turistica na cidade, nomeadamente hoteis de luxo.
Comi umas belas lapas grelhadas e um bife de atum.

12 de Junho de 2004 – Sábado.

Começava mais um dia, as pernas doíam um pouco, o dia anterior tinha sido duro ... mas divertido.
A pensão onde tínhamos ficado tinha uma vista bonita sobre a serra. O pequeno almoço era soberbo.
Apanhámos as carrinhas e partimos para a serra, o dia de hoje ia ser passado a fazer levadas.
E começamos com muita agua, umas cascatas belíssimas que iam aparecendo.
O grupo fragmentou-se, o grupo onde eu ia inserido foi afastando-se do grupo do Jorge Rosa.
O caminho era bonito, de vez em quando aparecia uma cascata. Eu o Luís e o Miguel não resistimos e decidimos tirar a roupa e desfrutar da bela agua que jorrava da parede. Que belo banho.

O 2º grupo não aparecia e nós continuamos a caminhar. Chegamos a um ponto onde o caminho bifurcava e resolvemos esperar pelo 2º grupo. O Luis ouviu uma mensagem no telemóvel a explicar que devíamos ter subido a serra. A principio pensávamos que ele estava a gozar, mas depois apercebemo-nos que tínhamos mesmo de voltar atrás.
Assim fomos, todos contentes .
Demos com o sitio onde supostamente devíamos ter subido. Esperamos um pouco pelas pessoas que ficaram para trás.
Começamos a subir, tinhamos uma bela vista pois estávamos acima das nuvens.
Chegamos ao sitio do almoço, eram para aí 12:10 e foi aqui que a coisa descarrilou. O Luis da papa-leguas levou nas orelhas do Artur. O guia Jorge Rosas armou-se em parvo e começou a barafustar com o facto de nos termos afastado.
Foi uma cena despropositada e que caiu um pouco mal, enfim ...
Almoçamos espetadas em pau de loureiro e bolo do caco.
Da parte da tarde o moral estava um pouco em baixo. Passamos por zonas belíssimas, com cascatas espectaculares, no entanto não podíamos tomar banho pois estávamos a fazer a digestão.

Saí mais cedo do passeio, juntamente com algumas pessoas pois hoje começava o Euro 2004 e queriamos ir ver o jogo inaugural Portugal – Grécia. Miséria, perdemos e jogamos muito mal. Os Gregos tinham um futebol horrivel.
Mais tarde este jogo viria a repetir-se na final : Portugal – Grécia. Mais uma vez os gregos demonstraram o seu futebol horrível e ganharam por 1 : 0

13 de Junho de 2004 – Domingo.

Chegou o ultimo dia, pela frente ainda tínhamos mais duas caminhadas. As pernas acusavam alguma dor.
Iniciamos o dia com uma descida de 6 Kms muito bonita por uma zona de vegetação densa, no entanto o trilho era largo.
Quando apanhamos a levada no fim da descida, voltamos a reagrupar, mais uma vez o Jorge Rosa tinha ficado para trás.
Partiu um grupo à frente onde ia inserido o Rui, eu segui no segundo grupo juntamente com o Luís.
O caminho tinha bastantes túneis e alguns deles com agua, finalmente os impermeáveis foram solicitados.
A meio do caminho para as piscinas de Porto Moniz parámos para comer.
Após a refeição eu e o Luis partimos à frente e apertámos o passo. Chegámos aos carros. Os motoristas levaram-nos para as piscinas. Foi óptimo acabar a caminhada a tomar banho em piscinas naturais.
Os dias passaram rápidos mas o objectivo estava cumprido.




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